Fenômeno astronômico raro: Lua Azul e última superlua de 2023

A noite de 30 de agosto é especial pelo raro fenômeno astronômico. Segunda Lua cheia de agosto e última Superlua de 2023. A última vez que duas superluas completas apareceram no céu no mesmo mês foi em 2018. Isso não acontecerá novamente até 2037. Por isso é bom curtir este presente do Universo.
De acordo com especialistas, a Lua azul é quando há uma segunda lua cheia dentro do mesmo mês. Enquanto a Superlua, é quando o satélite está mais próximo da Terra – o que a deixa mais brilhante aos olhos dos observadores.
No horário de Brasília, o fenômeno aconteceu às 22h35, e será visível em todo o planeta desde que o tempo esteja aberto.
Segundo os astrônomos, ela estará 7% maior devido à sua proximidade com a Terra e 15% mais brilhante, pois reflete mais luz solar para o nosso planeta, se comparada a uma lua cheia comum.
Este raro e belo fenômeno está visível para os observadores desde a noite de 25, e o auge da Superlua Azul ocorre nesta quarta-feira 30 amanhã e 31 de agosto.

Lua Azul: apelido dado à segunda lua cheia que acontece em um mesmo mês. Por ser apenas uma referência ao calendário, não tem de fato uma relação com alguma alteração de cor ou aparência do satélite. A lua não fica azul.
Superlua: ocorre quando a Lua está cheia e em seu ponto mais perto da Terra na órbita ao redor do nosso planeta. Esse período é chamado de perigeu, quando o satélite aparece no céu cerca de 14% maior e 30% mais brilhante do que no apogeu (Microlua) – quando está mais distante.
“Gases e partículas ajudam a lua ter uma coloração diferente, mas ela não fica azul. A superlua azul consiste em uma segunda lua cheia que acontece durante o perigeu, que é o termo usado para aproximação [da lua com a terra]. A lua só leva esse nome por conta de uma expressão da língua inglesa ‘once in blue moon…’ que indica ser algo muito raro. Uma vez foi usada numa revista de astronomia e a expressão se popularizou”, diz Rodolfo Langhi, professor e coordenador do Observatório de Astronomia da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

A primeira Superlua deste mês ocorreu no dia 1º de agosto, a chamada “Superlua de Esturjão”. Mas a lua estará ainda mais próxima na noite desta quarta-feira (30) – a cerca de 357.344 quilômetros de distância. Por ser a segunda lua cheia no mesmo mês, ela leva o nome de lua azul.
Apelidos do nosso satélite natural
Lua de Esturjão, Lua Azul, Lua Rosa, Lua de Morango, Lua dos Cervos e Lua de Sangue, uma forma de chamar atenção para os mistérios da natureza, os costumes, tradições e relíquias de várias partes do mundo.
Lua de Esturjão
Os esturjões são peixes enormes, que medem mais de 7 metros e pesam cerca de 1,5 tonelada. Essa espécie é pescada para extração de suas ovas, que dão origem ao caviar. Isso o torna comercialmente muito valioso.
De acordo com a NASA, esse peixe costuma surgir bastante nos Grandes Lagos da América do Norte (entre o Canadá e os Estados Unidos) no início de agosto. Sendo assim, quando ocorre uma Lua cheia nessa época ela recebe este nome.
Lua Azul
Hoje em dia o nome é usado em referência a segunda Lua cheia do mês, evento que acontecer em um intervalo de dois anos. No entanto, no passado, já houve momentos em que o satélite realmente pareceu ter uma coloração azulada. Isso aconteceu duas vezes: em 1883 e 1951.
Segundo a revista, a primeira foi na ocasião da erupção do vulcão Krakatoa, localizado na Indonésia. As cinzas expelidas ficaram na atmosfera durante vários anos, deixando o pôr do sol esverdeado e a Lua azulada. A segunda e mais recente ocorrência teve motivos similares, quando ocorreram incêndios florestais no oeste do Canadá, espalhando fumaça por toda a América do Norte, especialmente na região nordeste, onde a Lua “ficou azul”.
Lua Rosa
Mais uma vez, a Lua não sofre alteração em sua coloração e seu nome também deriva das tradições dos povos nativos dos EUA. Lá, no mês de abril ocorre a chegada da primavera, período em que a flor da espécie Phlox stolonifera, que possui a cor rosa, desabrocha. Por ser bem distribuída em todo o território e de cor forte, a planta é considerada o primeiro sinal da chegada da nova estação.
No calendário cristão esta é a Lua Pascal, a partir da qual se calcula a data da Páscoa. De acordo com a tradição, o feriado cristão da Páscoa é celebrado no primeiro domingo após a primeira lua cheia da primavera.
Lua de Morango
Em junho, quando ocorre uma Lua cheia, ela é chamada de Lua de Morango por causa das tradições de tribos indígenas dos Estados Unidos. Nessa época acontecia a colheita da fruta, fenômeno natural que demarca uma determinada estação e, por isso, influencia o nome.
Lua dos Cervos
Também relacionada ao Hemisfério Norte, a Lua cheia de julho recebe o nome do animal porque é nesse período em que a galhada dos Cervos volta a crescer, uma vez que anualmente os machos trocam seus chifres.
Lua de Sangue
Apesar do nome dramático, a Lua fica com a cor avermelhada por causa de um outro fenômeno: o eclipse. O eclipse lunar total ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham, projetando uma sombra na Lua, que atinge essa tonalidade por causa da atmosfera da Terra, que age filtrando a luz do Sol.
Fotos: Divulgação/Observatório Heller & Jung e Reprodução