Televisão brasileira perde seu maior amante: Maurício Sherman

Televisão brasileira perde seu maior amante - Maurício Sherman - Bernadete Alves
Televisão brasileira perde o pioneiro Maurício Sherman

É com tristeza que registro o falecimento do gênio e pioneiro na televisão no Brasil Maurício Sherman. O ator, produtor e diretor morreu na manhã desta quinta-feira, 17, aos 88 anos, em sua casa na zona sul do Rio de Janeiro.

Alexandre Sherman, falou sobre o pai. “Ele era portador de doença renal crônica. Porém, estava muito debilitado nas últimas semanas, apesar de manter a lucidez até o final”. A cerimônia de cremação terá início amanhã, às 13h, no Crematório da Penitência Caju; a cremação em si está prevista para ocorrer às 15h.

Televisão brasileira perde seu maior amante - Maurício Sherman - Bernadete Alves

Sherman nasceu em 21 de janeiro de 1931, em Niterói, no Rio de Janeiro. Desde os 13 anos de idade atuava em peças amadoras no Clube da Colônia Judaica, em Niterói.  Foi convidado a ser ator em rádio, onde trabalhou em diversas produções ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg.

Depois, começou a construir uma carreira no teatro profissional. Por conta de seu trabalho na peça Massacre, Emmanoel Roblès, ganhou o prêmio de ator revelação, o que impulsionou sua trajetória de ator, agora em televisão, na TV Paulista e na Tupi. Sherman entrou para a Globo em 1965, onde também foi diretor-executivo da Central Globo de Produção. Dirigiu ainda diversos programas de auditório, como Noite de Gala (1966) e Moacyr Franco Show (1977).

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Maurício Sherman com a musa Marília Pera

Na TV Globo se destacou pela criação do Fantástico, TV Colosso (popular programa infantil dos anos 90), Vídeo Show, ficando à frente do Domingão do Faustão e de programas de humor, como Faça Humor, Não Faça Guerra, Os Trapalhões“e Chico Anysio Show. Seu último trabalho na emissora foi no Zorra Total.

“Humor traz alegria e alegria é sinal de saúde. A emoção faz parte do show”, Maurício Sherman. Ele era tão apaixonado pelo que descobria os talentos com os olhos do coração.

“O que deu essa dimensão à televisão brasileira, na minha opinião, foi a desmesurada ambição de fazer as coisas. Nós queríamos fazer o máximo. Não nos contentávamos, não nos limitávamos aos nossos espaços. Não. Nós fazíamos, nós crescíamos”.

Em 1983, Sherman foi convidado a dirigir a programação da TV Manchete e convidou Xuxa Meneghel, então com 20 anos, para o Clube da Criança. Ele lançou a Rainha dos Baixinhos, intercalando programa de auditório, música e desenhos. Três anos depois, colocou no ar Angélica no lugar de Xuxa, que estava a caminho da Globo, se tornando responsável por mais uma carreira de sucesso.

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 Maurício Sherman

O pioneiro da TV no Brasil foi um dos nomes de maior destaque por trás das câmeras. Sherman foi fundamental na carreira de artistas de várias gerações. O Brasil perde um agregador, um homem de fé. Seu legado é imensurável.