Vacinas de Oxford e da China acendem farol de esperança contra coronavírus

Cientistas do mundo todo estão fazendo um esforço grande para a produção de uma vacina em curto prazo para evitar que mais vidas sejam ceifadas pela Covid-19.
Nenhum medicamento ou vacina contra a covid-19 foi aprovado até o momento para uso regular, de modo que todos os tratamentos são considerados experimentais. Para a covid-19, as farmacêuticas e companhias estão correndo atrás de uma solução rápida.
Nesta segunda-feira, dia 20, ascendeu um farol de esperança com os resultados promissores publicados na revista científica The Lancet. A pandemia do novo coronavírus é um trauma modificador das vidas de 7 milhões e meio de pessoas do mundo.
A vacina desenvolvida pela universidade britânica é uma das três opções que estão na versão da fase 3 de testes segundo a Organização Mundial da Saúde. A Vacina de Oxford, em parceria com a biofarmacêutica AstraZeneca é segura e gerou resposta imune contra covid-19. Os Resultados preliminares foram divulgados na revista científica The Lancet na manhã desta segunda-feira.
Um grande dia para a ciência do Brasil. Além da vacina de Oxford que já está em testes no Brasil uma outra vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório Sinovac Biotech, a Coronavac, chegou hoje em São Paulo para iniciar a fase III de testes. As duas vacinam reacendem a nossa esperança.
A vacina do Instituto de Biotecnologia de Pequim contra o coronavírus também foi capaz de criar uma resposta imune nos participantes da pesquisa, segundo estudo divulgado revista científica The Lancet, nesta segunda-feira (20).
O estudo chinês, publicado na revista científica The Lancet, foi randômico, duplo-cego (quando nem os médicos nem os voluntários sabe qual medicamento está sendo administrado), com grupo de controle (que tomou uma versão placebo da vacina) e foi feito com cerca de 500 pessoas saudáveis em Wuhan, província chinesa onde a covid-19 pode ter começado.

A vacina desenvolvida pela universidade britânica, uma das três opções que estão na versão da fase 3 de testes segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com o estudo, pode ser ainda mais efetiva quando uma segunda dose é administrada. A resposta imune chamada de célula T é produzida 14 dias após uma primeira dose e os anticorpos apareceram depois de 28 dias.
No Brasil, a fase final dos estudos clínicos da vacina candidata ChAdOx1, desenvolvida pela Universidade de Oxford, acontece em três centros de pesquisa: na Universidade Federal de São Paulo e nas sedes do Instituto D’or de Pesquisa e Ensino do Rio de Janeiro e de Salvador, Bahia.
A pesquisa clínica da ChAdOx1 chegou ao país graças ao trabalho de Sue Ann Costa Clemens. A médica carioca, radicada na Itália, foi convidada para ser investigadora do estudo por Andrew Pollard, pesquisador principal do grupo da Universidade de Oxford. Hoje, ela coordena os testes no Brasil, que acontecem em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Doses da vacina Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac, chegaram ao aeroporto de Cumbica na madrugada desta segunda. A vacina chinesa contra o coronavírus deve começar a ser aplicada em 890 voluntários de São Paulo a partir de terça-feira (21) no Hospital das Clínicas. Os testes fazem parte de uma parceria com o Instituto Butantan que terá todo o domínio da tecnologia.

“Os pesquisadores do Hospital das Clínicas vão analisar os voluntários em consultas marcadas a cada duas semanas. A estimativa é concluir todo o estudo da fase três de testes da Coronavac em até 90 dias”, afirmou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
O objetivo dos novos testes a serem realizados no Brasil é demonstrar a eficácia e segurança da vacina em humanos. Em todo o Brasil, 9 mil profissionais da saúde devem participar desta fase de testes. Aqui em Brasília cerca de 850 profissionais de saúde voluntários serão os primeiros a participar dos estudos.
A pesquisa no Distrito Federal será coordenada pelo professor Gustavo Romero. Um dos critérios é que os voluntários não podem ter sido infectados pelo SARS-Cov-2 até o começo dos testes.

As vacinas foram produzidas pelo laboratório chinês Sinovac Biotech. A pesquisa na UnB é parte de um estudo coordenado pelo Instituto Butantan, que também será realizado em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
A Organização Mundial da Saúde informou que até esta segunda-feira (20) havia 163 vacinas sendo testadas contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2), sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos.
O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde, Michael Ryan, comentou os resultados positivos divulgados pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, sobre a vacina contra a Covid-19, mas alertou que ainda há um longo caminho.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon, reforçou que é urgente os países aplicarem a técnica do rastreamento dos contatos dos pacientes infectados pelo coronavírus, a fim de localizar rapidamente novos casos e isolá-los. “Não precisamos esperar por uma vacina, podemos salvar vidas agora”, disse Tedros.