Paulo Gustavo, o gênio na arte de fazer rir, perde a vida para Covid

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Paulo Gustavo, o mestre do humor, perde a vida para Covid aos 42 anos

É com muito pesar que registro o falecimento do ator, apresentador e comediante Paulo Gustavo, aos 42 anos, vítima da Covid-19, ocorrido às 21h12, do dia 04 de maio. O maior fenômeno de público da história do cinema brasileiro, estava internado desde o dia 13 de março no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

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O mestre do humor, Paulo Gustavo, caracterizado de Dona Hermínia

O quadro de saúde do mestre do humor Paulo Gustavo piorou na noite de domingo (2), quando sofreu uma embolia pulmonar. Antes, ele vinha apresentando melhoras significativas – chegou a ter redução de sedativos e bloqueadores e a interagir com médicos e com o marido, Thales Bretas.

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Paulo Gustavo, o gigante da comédia, deixa milhares de fãs órfãos

Paulo Gustavo deixa o marido, Thales Bretas, e dois filhos pequenos, Gael e Romeu, além do pai, Júlio Marcos, da irmã, Juliana Amaral, e da mãe, Déa Lúcia Amaral, que inspirou a criação de Dona Hermínia e uma legião de fãs em luto.

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Paulo Gustavo com os filhos Romeu e Grael

Nós que já demos gargalhadas com uma série de personagens criados pelo humorista agora choramos o fim precoce de um artista estrelar. Sua partida repentina causou comoção, indignação e sentimento de impotência. Que esta tristeza seja um estopim para os negacionistas mudarem suas atitudes com relação a esta pandemia que já matou mais de 410 mil brasileiros e deixou milhares de órfãos.

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Paulo Gustavo gravando seu programa “220 Volts”, para o Multishow

Nós não estávamos preparados para perder um artista de extraordinário talento e representatividade. Paulo dizia que “Rir é um ato de resistência”, vamos então, mesmo com o coração dilacerado, ter esperança e voltar a sorrir, amar a nós mesmos para amar os outros. O sorriso de Paulo Gustavo jamais se apagará. Sua alegria de viver será uma bússola para todos nós.

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Paulo Gustavo, gênio na arte de fazer rir, perde a vida para a Covid aos 42 anos

A morte do gênio na arte de fazer rir, simboliza a destruição de futuros, de famílias e de amores. Que as nossas orações sejam luz para confortar o coração de Dona Déa Lúcia, do pai Júlio, da irmã Juliana, do marido Thales e dos filhos Gael e Romeu, por esta indescritivel perda.

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Paulo Gustavo com a mãe Déa Lúcia, inspiração do personagem Dona Hermínia

Nestes tempos difíceis de perdas irreparáveis estamos fartos de ver o ódio se propagar, do preconceito, da discriminação, das pessoas se agredirem por nada. É tempo de curar, amar e respeitar. Vamos nos inspirar neste ser humano bondoso.

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Paulo Gustavo com o marido Thales Bretas

Paulo Gustavo deixa um grande legado de empatia, amor, tolerância, generosidade e luta contra o preconceito e a discriminação. O gigante da comédia mostrou que família é amor, não importa a sua configuração. Que contra o ódio e o preconceito já existe vacina: é o afeto, é o amor.

Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros nasceu em Niterói em 30 de outubro de 1978 e estudou teatro na Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio, na mesma turma de Fábio Porchat. A primeira peça da qual participou foi “O surto”, em que dividia a direção com Fernando Caruso, em 2004. Foi no espetáculo que apresentou pela primeira vez a personagem Dona Hermínia, que marcaria sua carreira para sempre.

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Paulo Gustavo como Dona Hermínia no filme “Minha Mãe é Uma Peça 3”


A mãe super protetora e hilária ganhou peça própria em 2006 e chegou ao cinema sete anos depois. O criador da personagem Dona Hermínia é um dos humoristas mais populares e admirados no Brasil. O filme “Minha mãe é uma peça”, lançado em 2013, rendeu duas continuações. Em 2019, o longa se tornou a comédia com maior público da história do cinema nacional. Os três filmes de “Minha mãe é uma peça” venderam mais de 26 milhões de ingressos entre 2013 e 2020.

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O ator Paulo Gustavo também se destacou pelos filmes “Minha vida em Marte” (2018) e “Os homens são de Marte… e é para lá que eu vou” (2014), nos quais contracenou com a atriz e amiga Mônica Martelli. Ele interpretou o personagem Aníbal em ambas as comédias.

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Paulo Gustavo com Mônica Martelli no filme “Minha Vida em Marte”

Como forma de retribuir toda a contribuição da mãe para sua carreira, Paulo Gustavo criou a peça “Filho da mãe”, na qual dividia o palco com Dona Déa Lúcia Amaral para cantar e contar histórias.


Na TV, Paulo apresentou em 2011 o programa “220 Volts”, do Multishow. Dois anos depois, no mesmo canal, ele passou integrar o elenco da sitcom “Vai que cola”, vivendo o malandro Valdomiro Lacerda. O personagem foi um sucesso também na adaptação para o cinema, em 2015.

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Paulo Gustavo em cena no Vai Que Cola, como Valdomiro

Apresentador de várias edições do Prêmio Multishow, Paulo Gustavo também protagonizou, ao lado de Katiuscia Canoro, a série “A vila”, onde interpretou o ex-palhaço Rique.


Mensagem de final de ano de 2020 de Paulo Gustavo


“Rir é um ato de resistência. A gente agora está precisando dessa máscara chata pra proteger o rosto desse vírus, e, infelizmente, essa máscara esconde algo muito precioso para nós brasileiros: o sorriso.” “Ele tá tampado, tem que ficar tampado, mas ele existe. E ele não vai deixar de existir, a gente não vai deixar de sorrir, não vai deixar de ter esperança. Bom, um Ano Novo vem aí, com novos desafios, mas com a promessa da gente poder sair na rua de novo.” “Eu tô louco pra voltar ao teatro, voltar a viajar o Brasil, encontrar vocês. Enquanto isso não rola, vamos todos nos cuidar, cuidar da família, dos amigos, dos vizinhos, dos próximos, dos distantes, de todo mundo.” “Enquanto essa vacina tão esperada não chega pra todo mundo, é bom lembrar que, contra o preconceito, a intolerância, a mentira, a tristeza, já existe vacina: é o afeto, é o amor.”


Descanse em paz, guerreiro. Agora sua estrela está eternizada.


Fotos: Divulgação, Globo/Victor Pollak e Reprodução Instagram