Máscara de proteção: compromisso com a vida

No Brasil de 2021, com quase 488 mil vidas perdidas para a Covid-19 e apenas 11% da população nacional foi vacinada, ainda precisamos falar do óbvio: usar máscara para se proteger.
Como é difícil viver em um lugar onde o correto precisa ser defendido todos os dias. Usar máscara durante a pandemia de Covid-19 é um compromisso com a VIDA.
Máscaras protegem quem usa e quem está ao redor, conforme estudos e alertas unânimes dos cientistas. A Ciência assegura que pessoas vacinadas ou já infectadas ainda podem transmitir o vírus. Abrir mão dessa proteção é insanidade.

As máscaras funcionam como uma barreira física para a liberação das gotículas no ar quando há tosse, espirros e até mesmo durante conversas. Seu uso é importante principalmente em locais em que não é possível manter uma distância mínima de segurança.
Se você não quer se contaminar, nem contaminar ninguém, use máscara ao sair de casa para sua proteção, por educação, por respeito aos outros e por amor ao próximo.

O uso da máscara é individual, a proteção é para todos. A máscara é símbolo de nossa responsabilidade e compromisso com a vida.
Os especialistas também concordam com isso e recomendam as máscaras mais seguras.
Máscaras PFF2 (ou N95)

A PFF2 ou N95 é uma máscara descartável, mas que na pandemia tem sido reutilizada em ambientes não hospitalares. Elas são capazes de filtrar partículas muito pequenas contendo o coronavírus. A sigla PFF significa “peça facial filtrante”.
Em termos de proteção, a PFF2 é, para a população em geral, a melhor opção para evitar o contágio pelo coronavírus. Isso porque ela alia os fatores filtragem + vedação da forma mais eficiente: tem alta capacidade de filtragem e, se ajustada corretamente, não deixa folgas no rosto pelas quais o vírus pode entrar.

As PFF2 requerem relativamente poucos cuidados de uso – é preciso checar se o ajuste está correto, deixar a máscara “descansando” por alguns dias antes de reutilizar e, na hora de usar de novo, verificar se está em boas condições – sem rasgos ou com os elásticos frouxos, por exemplo.
Para quem não gosta do elástico na cabeça, também há opções de PFF2 certificadas com elásticos nas orelhas. Em termos de preço, as PFF2 também são vantajosas: elas custam, em média, de R$ 2 a R$ 10 a unidade. Uma busca online, em lojas de equipamentos de proteção individual (EPIs) ou de materiais de construção pode ajudar a achar ofertas.
Máscaras elastoméricas

A máscara elastomérica pode ser semifacial (quando cobre o nariz e a boca) ou inteira (cobre também os olhos). Normalmente é feita de materiais como silicone e/ou borracha. No Brasil, esse tipo de máscara costuma ter uma válvula de exalação.
Entre as principais vantagens da elastomérica em relação a máscara PFF2, estão a melhor vedação, são mais confortáveis, fáceis de respirar, podem ser reutilizadas por mais tempo e tem potencial de filtragem maior. A médio e longo prazo, elas também saem mais baratas.
Máscaras cirúrgicas ou de procedimentos

Depois das PFF2 as máscaras cirúrgicas e/ou de procedimentos são as mais eficientes na filtragem de partículas. Isso porque elas são feitas de tecido não tecido (TNT) – que podem ser de vários tipos e ter várias camadas.
Em um estudo, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) viram que, depois das PFF2 – que tiveram 98% de eficiência de filtragem de partículas –, as máscaras cirúrgicas e de procedimentos tiveram eficiência de 87% a 91% na filtragem, conforme a quantidade de camadas. Quanto maior a quantidade de camadas, maior foi a eficiência. Embora tenham a seu favor a eficiência de filtragem, o problema das máscaras cirúrgicas e de procedimentos é que deixam folgas no rosto.

Para tanto o recomendável é:

- escolher máscaras que têm um clipe nasal – pedaço de arame ou plástico que ajuda a ajustar a máscara ao nariz e evitar folgas;
- combiná-las com máscaras de pano;
- dar um nó nos elásticos da máscara, para ajustá-la mais rente ao rosto (mas preste atenção, pois isso pode acabar criando, também, uma folga);
- ajustá-las ao rosto com uma “cinta de máscara”.
Máscaras KN95


Em tese, as KN95 são o equivalente chinês das PFF2 brasileiras e das N95 dos EUA. Existe ao menos uma marca que, de fato, tem uma KN95 certificada no Brasil.
Em maio de 2020, a Anvisa listou 51 marcas de máscaras do tipo KN95, importadas da China, que não conseguiram comprovar uma eficiência de filtragem mínima porque não eram certificadas.
Máscaras de tecidos

O estudo da USP que testou a eficiência de filtragem das PFF2 e das cirúrgicas também constatou que as máscaras de pano, de forma geral, tinham baixíssima eficiência de filtragem:
Algodão: as máscaras de algodão tiveram, no geral, 40% de eficiência de filtragem – o que significa que 60% das partículas conseguiam passar pela máscara. Algumas máscaras testadas filtravam apenas 20% das partículas; outras alcançavam 60%. Essa diferença ocorreu por causa de diferenças na grossura, malha e outras propriedades do tecido.
Mistura de 70% poliéster e 30% resina: no geral, tiveram apenas 12% de eficiência de filtragem (88% das partículas passavam pela máscara).


Além disso, os pesquisadores da USP também pontuaram a necessidade de um clipe nasal na máscara, independentemente do material. Isso porque o clipe ajuda a aumentar a vedação; sem ele, a pessoa acaba respirando o ar não filtrado pelas folgas entre o nariz e o rosto.
A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que as máscaras tenham, no mínimo, 70% de eficiência de filtragem.
Para saber se a máscara é eficiente faça o teste: se você consegue apagar uma vela ou fósforo aceso com a sua máscara, ela não está adequada.
Máscara com válvula não é segura para terceiros

A Anvisa NÃO recomenda o uso de máscaras com válvula nem por profissionais de saúde, nem de forma geral. O problema é que, como a válvula é de exalação, ela serve para facilitar a saída de ar. Nessa saída, se a pessoa que está usando a máscara estiver com o coronavírus, ela pode expelir partículas virais, ainda que em pequena quantidade, e infectar outras.

A PFF2 valvulada só fornece proteção para quem está usando. A exceção de uso é durante atividade física feita distante de outras pessoas. Isso porque a válvula da máscara facilita a expiração do ar, torna mais fácil respirar durante esforço físico intenso.
Fotos: Oscar J. Barroso / AFP7 / Getty Images e Reprodução/CDC