Incubadora portátil regula temperatura corporal e salva bebês de hipotermia
No útero da mãe, o bebê está bem nutrido, confortável, seguro e sempre quentinho. Ao nascer, um dos principais cuidados, principalmente se forem prematuros, é mante-los na temperatura ideal: 37ºC.
Entre os 20 milhões de bebês que nascem prematuramente ao redor do mundo todo ano, 4 milhões morrem devido à precariedade com que são atendidos nos primeiros meses de vida. Dos que sobrevivem, a maioria cresce com severos problemas de saúde. Um dos grandes desafios dessas crianças é conseguir regular sua temperatura corporal pois não dispõem de gordura suficiente para se manter.
Um problema que poderia ser resolvido por meio de incubadoras: equipamentos aparentemente simples que, em geral, não estão disponíveis a populações de áreas rurais de países em desenvolvimento.
Segundo especialistas a incubadora é primordial para um bebê prematuro, visto que ele não tem capacidade de regular sua temperatura. Prematuros precisam ficar em incubadora para controle de temperatura e da umidade do ambiente, e para observação contínua do padrão respiratório. Caso o recém-nascido não tenha acesso ao equipamento, ele pode ficar desidratado, hipotérmico e até morrer.
Muitos pais até criam soluções caseiras como garrafas de água quente amarradas ao redor do corpo do bebê. Uma alternativa ineficiente e perigosa diante de um problema de grandes proporções.
Para manter bebês prematuros aquecidos e protegidos dos riscos de um quadro de hipotermia, alunos da turma de MBA da Universidade de Stanford, na Califórnia, foram desafiados a projetar uma solução para manter os recém-nascidos quentinhos e seguros. Assim nasceu a Embrace, uma incubadora portátil de baixo custo, fácil esterilização e que não requer energia elétrica.
A invenção, fruto de um projeto de estudantes da Universidade de Stanford, na Califórnia, foi desenvolvida para auxiliar no cuidado de recém-nascidos em áreas com pouca infraestrutura médica, como zonas rurais de países em desenvolvimento. “Nós éramos quatro estudantes sem nenhuma experiência na área médica, mas com um sonho em comum: criar uma tecnologia que poderia ajudar o mundo”, conta Jane Chen, co-fundadora da empresa social Embrace Global.
Diferente das incubadoras tradicionais, a Embrace facilita o acesso da mãe ao bebê, permitindo que ela amamente e dê carinho à criança mesmo quando estiver incubada. O dispositivo pode ser higienizado com água e sabão e reutilizado por outros bebês, lembrando que a recomendação é sempre envolver o recém-nascido em uma fralda de tecido antes de abrigá-lo na incubadora.
A incubadora Embrace é uma espécie de saco de dormir tamanho bebê. Possui um bolso com zíper onde uma placa de cera é inserida. Para o dispositivo esquentar, basta colocar água quente na placa de cera e inseri-la no bolso, transferindo o calor para a parte interna da manta, onde o bebê fica posicionado. À prova de água e com termômetro que indica se o calor está ideal ou não, a incubadora cria um microambiente aquecido para o bebê, mantendo a temperatura entre 36° e 37° graus por até 8 horas. “Você pode reaquecer o dispositivo milhares de vezes e continuará sendo suficiente para regular a temperatura de bebês recém-nascidos”, garante a criadora. O saco térmico foi lançado ao custo de 24 dólares (menos de 0,2% do preço de uma incubadora).
Jane já passou por várias organizações sem fins lucrativos no campo da saúde, como a Chi Heng Foundation, na China, e a iniciativa da Clinton Foundation, voltada ao tratamento do HIV na Tanzânia. Agora à frente da Embrace, startup responsável pela produção e distribuição da importante solução para aquecer bebês, Jane Chen está interferindo no futuro de milhares de comunidades e, segundo ela, “salvando vidas por meio do simples calor de um abraço”.
Uma invenção maravilhosa. Que esse acesso crescente a tecnologia e educação sejam suficientes para que toda criança possa ter a chance de ter uma vida saudável.
Aconchego e segurança salvam recém-nascidos.
Fotos: Divulgação
