Ítalo Ferreira: primeiro campeão do surf na História das Olimpíadas honra as raízes

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Brasileiro Ítalo Ferreira agradece pelo ouro nas Olimpíadas de Tóquio 2020

Ítalo Ferreira conquistou nesta terça-feira, 27, a 31ª medalha de ouro do Brasil na história das Olimpíadas, ao superar o anfitrião Kanoa Igarashi com extrema facilidade, na praia de Tsurigasaki, localizada a 100 km de Tóquio. Com isso o potiguar, de Baía Formosa, Rio Grande do Norte, se tornou aos 27 anos, o primeiro campeão olímpico da história do surfe.


Ele que iniciou no esporte surfando na tampa de um isopor é a prova que sonhos se realizam. A conquista histórica no Japão fez Ítalo mergulhar nas suas raízes e se emocionar. As dificuldades o tornaram mais forte e mais determinado a alcançar seus objetivos. Ítalo lutou, acreditou e realizou. É um exemplo de superação, de fé e humildade.

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Ítalo Ferreira supera o anfitrião Kanoa Igarashi e ganha ouro para o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio


“Quando você vem de baixo, quando você passa por dificuldade, você tem mais vontade, mais garra, mais determinação. Não foi diferente comigo. O Daniel Alves é um exemplo, veio da Bahia e conquistou o mundo, como eu estou fazendo agora, como alguns atletas que têm histórias incríveis de superação, que usaram aqueles momentos difíceis como combustível”, declara o campeão.


Ítalo mora em Baía Formosa até hoje, assim como os pais. Inclusive, a preparação para os Jogos Olímpicos foi feita grande parte na cidade, localizada no litoral do Rio Grande do Norte e a 94 km de Natal.


“Eu fiz valer a pena os últimos dois meses de treino. O último mês, na verdade, que eu fiquei em casa mesmo, para recarregar as energias, para estar com as pessoas que eu amo, com aquelas pessoas que realmente acreditavam e estavam ali comigo, com meus amigos que surfavam comigo logo cedo e estavam me incentivando e falando o que estava certo ou errado”, contou o surfista assim que recebeu a medalha de ouro.

“Acho que a medalha serve de inspiração para aqueles que vêm de baixo, que têm sonhos, que acreditam até o final, que foi o que fiz, e (que precisa) aproveitar todas as oportunidades da vida. Às vezes a gente só tem uma. Então eu vivo intensamente. Eu sabia que aqui era uma oportunidade de mostrar meu melhor, de sair com essa medalha, até porque eu vim com esse sentimento, de vir e ganhar o campeonato” – afirmou Ítalo.

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Primeiro Ouro do Brasil em Tóquio vem do surfe com Ítalo Ferreira

O surfista contou que planeja a construção do Instituto Ítalo Ferreira na sua cidade, com o objetivo de ajudar as crianças por meio do esporte e homenagear sua avó Mariquinha, falecida em 2019, sua maior incentivadora. Ítalo não conseguiu se despedir da avó. Estava no Havaí, prestes a ser campeão mundial, quando ela se foi. “Queria ter vivido um último momento ao lado dela, mas não conseguiu”, lamenta emocionado o surfista brasileiro.

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Ítalo Ferreira: da tampa do isopor do pai no Rio Grande do Norte ao ouro em Tóquio

Ítalo conta que quando era garoto, ao ganhar um campeonato, corria para casa com o troféu em mãos. Tinha destino certo: mesmo quando seu mundo se resumia a uma prancha de isopor, ia direto para o quarto de sua avó. Era lá que o jovem surfista exibia a mais recente conquista para uma de suas maiores incentivadoras. Mas, assim como fez quando foi campeão mundial, no mesmo ano, Ítalo quer manter o ritual com o ouro olímpico conquistado nos Jogos de Tóquio.

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Ítalo Ferreira conquista primeiro ouro para o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio

“Minha vó foi maravilhosa. A gente sempre brincava, zoava um ao outro. Ela sempre me dava força. Quando eu voltava do campeonato, a primeira coisa que eu fazia era mostrar o troféu para ela. Quando eu fui campeão do mundo, eu levei o troféu no quarto dela e ela não estava. Acho que a gente tem que aproveitar cada momento, aproveitar aqueles que a gente ama. Ela foi uma pessoa que realmente aproveitei muito e só tenho boas memórias. Acho que ela lá de cima está muito orgulhosa”, diz o medalhista olímpico.

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Ítalo Ferreira marca seu nome nas Olimpíadas de Tóquio

O sonho de sua avó era que Ítalo abrisse caminho pelas águas de Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, até o título de campeão brasileiro. Ele foi além. Enfileirou títulos e se firmou como um dos grandes surfistas de sua geração. O ouro em Tóquio é, mais uma vez, em nome dela.

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Ítalo Ferreira comemora Medalha de Ouro com um mortal


Fotos: Divulgação