Dia Nacional do Ciclista: bicicleta é liberdade, saúde e sustentabilidade

Neste 19 de agosto é celebrado o Dia Nacional do Ciclista em memória do brasiliense Pedro Davison, biólogo de 25 anos, atropelado em 2006, enquanto pedalava no Eixo Sul, por um motorista bêbado que fugiu sem prestar socorro. A placa do carro foi anotada por testemunhas e horas depois ele foi preso em uma blitz da polícia e com a CNH vencida.
A dor de uma família fez surgir um movimento de conscientização e de mudanças de atitudes que resultou em 2008, na Lei Seca, uma legislação que salvou muitas vidas no trânsito e, também com a aprovação da Lei 13.508,de autoria do deputado Lúcio Vale (PR-PA), sancionada e publicada no Diário Oficial da União em novembro de 2017, que instituiu o Dia Nacional do Ciclista, 19 de agosto, data em que o brasiliense Pedro Davison morreu.

A data também é um convite a uma reflexão das atitudes que cada um toma diariamente no trânsito e a luta para que este transporte sustentável seja mais seguro. É um dia para se pensar em maneiras de aumentar a segurança de quem pedala nas ruas das cidades. É preciso lembrar que não apenas os esportistas, mas também muitos trabalhadores usam a bicicleta e precisam trafegar com segurança e respeito.
A mobilidade urbana está diretamente relacionada à qualidade de vida das pessoas e é importante lutarmos para o convívio harmônico entre motoristas, ciclistas e pedestres. Aqui no Distrito Federal há muita oferta de infraestrutura cicloviária para este transporte sustentável.

Pedrinho, como era chamado pelos amigos, faleceu no dia do aniversário da filha Luiza, na época com 8 anos. Após o acidente a família foi acolhida pela ONG Rodas da Paz, que defende ciclistas nas políticas de mobilidade e, entre outras ações, colocou uma bicicleta branca – “ghost bike” – no local onde Pedro Davison perdeu a vida.

Luiza, que hoje completa 23 anos, faz uma homenagem ao pai com um curta-metragem gravado no Museu da República, com reflexões sobre a construção de ciclovias e as vidas perdidas. A jovem diz que seu pai amava pedalar. Usava a bicicleta tanto para o esporte, quanto para o lazer. “Meu pai era uma pessoa com muita energia e muita presença”.
‘Lulu vai de bike’, um misto de ficção com documentário que mostra o ponto de vista de quem está pedalando, foi dirigido pelo cineasta Edson Fogaça, que é amigo da família. “A ideia, é que o documentário se torne uma ferramenta da educação no trânsito. Da conscientização com relação ao uso da bicicleta”, diz o cineasta.


“Quando estamos dentro de um carro, nos sentimos protegidos, é como se a gente fosse ‘maior’ do que a pessoa que está do lado, pedestre ou ciclista. Mas a gente deveria se sentir muito mais cuidadoso por isso, é da nossa responsabilidade a nossa vida e a vida do outro”, declara Luiza Davison.
“É difícil ter perdido alguém assim, que poderia estar comemorando o meu aniversário comigo, que estaria aqui até hoje, mas aconteceu uma tragédia, porque uma pessoa se sentiu invencível atrás do volante, achou que era brincadeira”, completa a atriz.
‘Lulu vai de bike’, está disponível em uma plataforma online e será exibido, de graça, nesta quinta-feira, no espaço da Infinu, na Praça dos Avós, na quadra 506 da Asa Sul. Haverá duas sessões, às 19h30 e às 21h. O elenco e a produção do curta estarão presentes para um bate-papo.

No domingo, dia 22, a ONG Rodas da Paz estará no Eixão do Lazer, no canteiro na altura da 214 Sul, na Praça do Ciclista. Haverá contação de histórias para crianças, com a leitura do livro “Pedalar é Suave”, que conta a história do ciclista Raul Aragão que também morreu em um acidente, além de dinâmicas com a distribuição de materiais informativos.
Um trânsito seguro é responsabilidade de todos nós!

O transporte por bicicleta é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela ONU Habitat como alternativa ao transporte coletivo e ao transporte individual motorizado, para que as pessoas façam seus deslocamentos com risco reduzido de contágio pela covid-19 e possam praticar exercícios físicos regularmente.
Ciclistas devem trafegar ao lado direito da via, ocupando um terço da faixa e sempre no sentido de circulação regulamentado no local. Para evitar sinistros de trânsito como atropelamentos, os motoristas devem dirigir respeitando o limite de velocidade máxima regulamentada e reduzir a velocidade ao ultrapassar ciclistas, guardando distância lateral de 1,5 metro.
Dicas de segurança para o ciclista no trânsito

– Use sempre o capacete
– Trace rotas mais seguras
– Evite ao máximo passar pelas calçadas
– Sinalize com as mãos
– Não pedale na contra mão
– Cuidado com os cruzamentos
– Não divida a pista com veículos grandes
– Não ande entre os carros
– Deixe sua bicicleta visível

O ciclismo é visto por especialistas como um dos melhores modais de transporte.
Fotos: Jefferson Rudy/Agência Senado, Sérgio Barata e Reprodução