Dia das Bruxas, Halloween ou Dia do Saci? Diversão e criatividade é a palavra de ordem

O Halloween tem suas raízes na cultura do Reino Unido. Seu nome deriva de “All Hallows’ Eve”. “Hallow” é um termo antigo para “santo”, e “eve” é o mesmo que “véspera”. O termo designava, até o século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro. A festa do Halloween é comum em países de língua anglo-saxônica, como os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.

A celebração chegou ao Brasil por meio de visitantes, imigrantes e dos famosos filmes de terror e já faz parte do calendário de eventos de muitos empreendimentos e organizações. Aqui ganhou o nome a data é chamada de Dia das Bruxas e passa quase despercebida entre as comemorações brasileiras devido a uma forte oposição contra a data em várias regiões do país.

Para valorizar o folclore nacional em contrapartida a cultura estadunidense do Halloween, foi criado o Dia do Saci, através do decreto-lei nº 2.762/2003. Também comemorado no dia 31 de outubro, a data vem como uma resistência pacífica a cultura estadunidense do Halloween.

Como a Bruxa e o Saci estão à solta no mesmo dia, é bom conhecer a origem das crenças populares.

Segundo historiadores, o Saci era uma criança indígena que protegia as plantas e florestas, mas também fazia muita traquinagem. Com a chegada dos negros no Brasil, com a escravidão, eles apropriaram-se desse mito e tornaram o curumim em uma criança negra.

Diz a crença popular que o Saci adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos. E que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci.

Do Amazonas ao Rio Grande do sul, o mito sofre variações. No Rio Grande ele é um menino de uma perna só, que adora atormentar os viajantes noturnos, fazendo-os perder o caminho. Em São Paulo é um negrinho que usa um boné vermelho e frequenta os brejos assustando os cavaleiros. Se ele reconhece a pessoa irá chamar pelo seu nome, e então foge dando uma espetacular gargalhada.

Como a maioria dos mitos, o do Saci ganhou força quando o escritor Monteiro Lobato publicou, em 1921, o livro “O Saci-Pererê”. Em 1977, o garoto do gorro vermelho ganhou as telinhas com o seriado “O Sitio do Picapau Amarelo, na Rede Globo.

A festa de Halloween, originalmente, era chamada de Samhain, algo como “Fim do Verão”, pelos celtas, há mais de dois mil anos. O povo acreditava que no último dia do verão, que vinha a ser 31 de outubro no antigo calendário celta, os mortos e os espíritos malignos saíam de suas tumbas pra atormentar os vivos. E, que para se proteger, as casas eram decoradas com coisas como ossos e caveiras, para afugentar as forças do mal. Como uma forma de superar o paganismo e cristianizar a data, a Igreja Católica criou o Dia de Finados, para celebrar as almas das pessoas que já faleceram.

Durante a Idade Média, as pessoas que celebravam a data, acabavam sendo perseguidas pela Inquisição e acabavam condenadas à fogueira, acusadas de bruxaria. Mas, depois da Reforma Protestante, especialmente nos países anglo-saxões, a data foi se modificando e se tornando uma festa com um toque mais infantil, com fantasias, doces e brincadeiras. O que persiste até hoje.

As pessoas organizam festas à fantasia, crianças vão as ruas, para perguntar sobre “Gostosuras ou Travessuras”. A ideia é que todos ganhem seus doces, caso contrário, tem permissão para fazer uma espécie de pegadinha na casa que negou a guloseima.

Para entrar no clima do Dia das Bruxas a dica é decorar a casa com abóboras pintadas, velas e laranjas decoradas com cravos da índia. Na hora de escolher uma fantasia é só ter criatividade com looks originais ou inspirados em personagens de filmes de terror, o que importa é entrar no clima das travessuras e liberar a bruxa que existe dentro de cada um.

Muitos se fantasiam no Halloween ou Dia das Bruxas só para abastecer suas redes sociais. Outros para realizar uma fantasia. E os famosos para inspirar seus fãs. Juliette, campeã do BBB21, se fantasiou de Rainha dos Cactos e Anitta, de Pantera Cor-de-Rosa.

A atriz Isis Valverde, assim como Anitta mostra que fantasia de Halloween não precisa ser necessariamente de terror. Valverde escolheu um look gatinha estilizada para a festa que organizou em sua casa, no Rio. Filho da atriz, o pequeno Rael foi de pirata. A apresentadora Daiane Fardin também se vestiu a caráter.

A cantora Emília Pedersen também embarcou nas festividades e lançou o single “Why” nas plataformas digitais. Bruxas, monstros, zumbis e vanpiros povoam o universo lúdico do trabalho.

Fotos: Priscilla Fiedler/RPC e Reprodução/Instagram