Piloto e copiloto do avião que caiu com Marília Mendonça são enterrados em Brasília


O velório e enterro do piloto Geraldo Medeiros Júnior, de 56 anos, e do copiloto Tarciso Pessoa Viana, de 37 anos, aconteceu neste domingo, 7 de novembro, no Distrito Federal. Eles eram responsáveis pelo voo da cantora Marília Mendonça até o interior de Minas Gerais, na sexta-feira, dia 05.
A aeronave que caiu era um bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, de Goiás, prefixo PT-ONJ, com capacidade para seis passageiros. Segundo a Anac, o avião está em situação regular e tem autorização para fazer táxi aéreo. Ainda não há informações sobre o motivo da queda. A Aeronáutica vai apurar as causas do acidente. Investigadores foram enviados para o local.

O piloto Geraldo foi velado na Capela 10 e depois enterrado no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Ele deixa os filhos, Vitória Medeiros, de 19 anos, do primeiro casamento, Laura, de 10 anos e João, de 3 anos, nascidos na segunda união.
Natural de Floriano, no Piauí, Geraldo morava em Brasília há 30 anos. A família conta que o comandante sempre teve o sonho de voar. Começou a carreira no ar fazendo um curso em Juiz de Fora, em Minas Gerais, para ser paraquedista. Depois ele entrou na aviação e foi piloto durante muitos anos da TAM. Após a aposentadoria, realizou um curso de reciclagem e voltou a atuar na profissão que amava.
Geraldo também atuou durante a pandemia, o piloto levou pessoas doentes de Manaus para outras cidades do Brasil que tinham maior capacidade de atendimento. Voou o Brasil todo salvando vidas e agora perde a sua.

A filha mais velha do piloto, Vitória Medeiros, fez uma homenagem nas redes sociais. A jovem postou fotos com o pai em uma aeronave e escreveu: “Te amo para todo sempre. Descansa em paz, pai”, disse. “Nas minhas vivências ele me ensinava sobre o amor, apenas convivendo com ele. Às vezes eu perguntava pra ele: Pai, o que o senhor acha da vida? E ele respondia: Uma dádiva”, declarou a filha em vídeo.

A ex-esposa dele, Euda Dias, de 44 anos, disse que os dois ainda eram muito amigos. “Ele merece toda homenagem do mundo. Era uma pessoa fantástica.” “Ele não era mais meu marido, mas era meu melhor amigo, a melhor pessoa do mundo, pai da minha filha. Ainda não acredito no que aconteceu. O piloto mais cuidadoso que conheci”, disse ao Euda Dias. Ainda de acordo com a ex-mulher, Geraldo era apaixonado pelo trabalho. “Largava qualquer coisa para fazer um voo. De tão bom que ele era, trazia aviões pra serem homologados aqui em Brasília.”

O comandante Geraldo Martins de Medeiros Júnior era requisitado por celebridades como Amado Batista. Todos elogiavam seu profissionalismo e empatia. Os vizinhos da 416 Sul, quadra onde Geraldo morava em Brasília, enviaram coroas de flores ao velório.

O corpo do copiloto Tarciso Pessoa Viana foi velado no cemitério de Taguatinga e enterrado no mesmo local. Dezenas de pessoas prestaram homenagens durante o velório.A comoção da família foi muito grande. Ele morava em Samambaia e deixa a esposa Marta Viana, grávida de sete meses, o filho Pedro Viana de 21 anos e uma menina de 5 anos. “Meu pai é meu herói. É meu espelho”, disse o estudante de aviação civil.
Tarciso Pessoa Viana tinha 12 anos de profissão e há dois estava na empresa PEC Táxi Aéreo, de Goiás. Ele foi homenageado nas redes sociais por familiares e amigos. “Meu irmão tinha muitas horas de vôo”, escreveu. “Ele era profissional. Você foi um herói. Sei que tentou de tudo. Meu piloto preferido”, disse uma irmã do piloto.
A empresária Nádia Viana, outra irmã de Tarciso, relembrou a trajetória do irmão. “Ele era um servo de Deus. Lutou muito para ser piloto e morreu fazendo o que amava, voando”, disse. A família soltou balões brancos em homenagem ao piloto, após a oração final.

O ator Francisco José Ferreira, que morava no mesmo local que Tarciso, disse que a comunidade está em choque. “Pegou todo mundo do condomínio de surpresa. Ele era muito amigo e solícito com todo mundo. Era muito humilde e bem simples. A gente sempre conversava quando nos encontrávamos no hall do condomínio.Eu nem sabia que ele era piloto porque era muito discreto em relação a isso. Vai fazer muita falta”, lamenta Francisco.


Os corpos do piloto e copiloto foram trazidos de carro do município de Caratinga (MG) para Brasília, segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). A distância entre as cidades é de aproximadamente 1 mil quilômetros, o que equivale a 14 horas de viagem.
Como dizia Ayrton Senna: “Somos insignificantes. Por mais que você programe sua vida, a qualquer momento tudo pode mudar”.
A tragédia enlutou famílias de Brasília e deixou órfãos os filhos do piloto e do copiloto. Nossos sentimentos às famílias, amigos e colegas. Que Deus conforte o coração de todos neste momento de tanta dor.
Fotos: Reprodução/Rede social