Paraná comemora sua emancipação política neste 19 de dezembro

O Estado do Paraná comemora neste domingo, 19 de dezembro, o aniversário da sua emancipação política em que se transformou numa província, cujo território deixaria de estar vinculado a Província de São Paulo.
A Lei imperial nº 704, que desmembrou o Paraná de São Paulo, foi assinada por Dom Pedro II. Esse acontecimento data de 19 de dezembro de 1853.



Esse desmembramento teve variados motivos como o apoio de paulistas à Revolução Farroupilha, uma punição pela participação paulista na revolução liberal de 1842 e, sendo o argumento econômico, a grande e lucrativa produção de erva-mate na região do estado.
A história estadual se inicia antes do descobrimento do Brasil, no momento em que os primeiros moradores do que é hoje o território do estado foram os povos indígenas, tupi-guaranis, caingangues e xoclengues. Aos indígenas, o paranaense deve o nome de seu estado e de muitas de suas cidades.

As primeiras cidades fundadas no estado são Paranaguá, Curitiba, Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Guarapuava e Palmas. Os primeiros moradores das terras que hoje pertencem ao estado do Paraná durante a época em que os portugueses descobriram o Brasil, são os carijós na costa, do grupo tupi e os caingangues do jê.
Paranaguá é conhecida como o local onde o estado do Paraná começou a ser povoado, em 1550, mais especificamente na ilha de Cotinga, com o intuito de explorar ouro na região. A fundação da cidade aconteceu em 1649 e os índios a conheciam como “enseada do mar”.


É a maior cidade do litoral do estado, com cerca de 155 mil pessoas e, além disso, possui o maior porto exportador de grãos da América Latina. A cidade tem diversas belezas naturais e, sobretudo, muita história.
O Estado do Paraná, segundo a consultoria Macroplan, que avalia as 100 maiores cidades brasileiras dentro do Índice de Desafios da Gestão Municipal, tem vários municípios que proporcionam qualidade de vida. A melhor cidade brasileira para se viver é paranaense.

A cidade de Maringá ocupa a primeira colocação da lista. Curitiba foi apontada como a melhor capital brasileira para se viver e no ranking geral figura na sétima colocação. Além delas, Cascavel (11º), Londrina (17º), São José dos Pinhais (32º) e Ponta Grossa (39º) também foram posicionadas pelo estudo. O ranking leva em conta diversos fatores como emprego, segurança, saúde e educação para classificar as cidades.

Segundo a história o Estado do Paraná remonta há cerca de 9000 anos. As provas materiais dessa história são encontradas em todo o território paranaense nos vários sítios arqueológicos já pesquisados como: os sambaquis no litoral e as pinturas rupestres, nos Campos Gerais. Nesses locais existem vestígios materiais importantes que revelam como viviam os habitantes do local antes da vinda dos primeiros europeus para a América do Sul.
O Paraná está localizado na Região Sul do Brasil. Com 399 municípios, tem área de 199,554 Km2, o que equivale a 2,3% da superfície do Brasil. De acordo com o Censo realizado no ano de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) a população era de 9.706.000 habitantes.

Três tipos de clima são identificados no Paraná, que são definidos principalmente pela localização do Estado, as temperaturas e os ciclos de chuva. No litoral predomina o clima tropical super-úmido, sem estação seca. Nas regiões norte, oeste e sudoeste predomina o clima subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes, sem estação seca, com poucas geadas. Na região de Curitiba, nos campos gerais e sul, o verão é brando, sem estações secas e ocorrem geadas severas. A temperatura média do Estado é de 18,5ºC.


O Paraná é um estado incrível que guarda tesouros escondidos, tanto em praias, pontos históricos, quanto em pratos típicos, que deliciam o paladar de moradores e turistas. Com uma cultura que une diferentes tradições e estilos, a culinária paranaense merece destaque. Traz consigo tradições europeias, asiáticas, árabes, indígenas e africanas mescladas que garantem originalidade e sabor especial.

No litoral do Paraná as iguarias são: Caranguejo, Tainha, Ostra e Barreado, um prato de Morretes que conquistou o mundo. A receita é realizada com carne bovina, cozida em uma panela de barro até desmanchar. Depois, é misturado em farinha de mandioca e servido com bananas.

Tem também o bolo pipoca! Um biscoito de polvilho tradicional na Lapa que fez parte da história do tropeirismo da região. Na cidade também se encontra o Arroz de Carreteiro e o Feijão Tropeiro, conhecido como Virada de Feijão.

Em Maringá o cachorro quente prensado e recheado com muito mais do que salsicha e salada, virou por lei prato típico da cidade. Em Foz do Iguaçu o prato típico é o o Pirá de Foz, receita de um peixe que se tornou bem típico da cidade, após uma votação popular.
Em Campo Mourão a atração é o Carneiro no Buraco. A iguaria é conhecida em outros estados e até nos países vizinhos ao Paraná. Em Toledo, cidade próxima à Foz do Iguaçu e Paraguai, o destaque é para o Porco no Rolete. O iguaria atrai um grande público nos eventos gastronômicos da cidade. O pinhão, fruto da Araucária, é um ingrediente delicioso que dá origem a diversos pratos típicos paranaenses.

O estado tem influências diversas em sua cultura e gastronomia, dando origem a pratos e doces com sabores marcantes. Na região Oeste as cucas alemãs, movimentam a pequena Marechal Cândido Rondon. As receitas são transmitidas de geração em geração trazendo recheios diversos, como ricota, uva, groselha, goiabada, amendoim, chocolate, leite condensado, doce de leite e a farofa como cobertura. O apreço pela cuca é tão grande que há quem a coma até durante o churrasco.


Tem também doce de pinhão, bolacha de araruta, o kutiá, Apfelstrudel, e a torta banoffe, uma herança inglesa, que acabou se tornando sobremesa tradicional no Paraná. A receita leva bolacha, manteiga, doce de leite, banana, açúcar e creme de leite. Algumas versões podem levar, ainda, chocolate, café ou ambos.

Hidrografia

O Paraná é subdividido em duas bacias de desaguamento: os rios que pertencem ao grande sistema de captação do rio Paraná e o complexo de rios que pertencem à bacia de drenagem do Oceano Atlântico.
Os principais rios da bacia hidrográfica do Paraná são o Paranapanema, o Tibagi, o Piquiri e o Iguaçu, que formam um complexo hidrográfico com enorme potencial energético. Somente a bacia do rio Iguaçu, que nasce ao lado de Curitiba e deságua no extremo oeste do Estado, no rio Paraná, na fronteira com o Paraguai, tem potencial hidroelétrico para 11,3 megawatts.
A bacia hidrográfica do Atlântico abrange os sistemas hidrográficos do rio Ribeira, da baía das Laranjeiras, da baía de Antonina, do rio Nhundiaquara, da baía de Paranaguá e da baía de Guaratuba.
O Paraná foi povoado de forma distinta

Conjunturas diversas e motivações distintas realizaram a ocupação e formaram as comunidades regionais que constituem o atual Estado do Paraná.
A primeira se esboçou no século XVII, com a procura do ouro, e estruturou-se no século XVIII sobretudo no latifúndio campeiro dos Campos Gerais ,com base na criação e no comércio do gado e, mais tarde, no século XIX, nas atividades extrativas e no comércio exportador da erva-mate e da madeira.
O Paraná foi a primeira região do Brasil a ingressar no sistema colonial mercantil. Os motivos para esta inserção foram a descoberta de ouro de aluvião no litoral na primeira metade do século XVII e a sua proximidade geográfica com o eixo São Vicente, Rio de Janeiro, Bahia.

A evidência do ouro foi manifestada por Gabriel de Lara em Paranaguá (1646) e Heliodoro Ébano Pereira nos campos de Curitiba (1651). Naquela época muitos moradores abandonaram a lida com a terra para procurar ouro. Isso provocou uma situação de extrema pobreza em toda a região persistindo apenas a lavoura de subsistência. Como o ouro era pouco logo acabou.
O gênero de subsistência manteve um fraco comércio em Paranaguá. A produção e o comércio de farinha de mandioca possibilitou a importação de produtos básicos como o sal, ferragens e peças de algodão vindos da sede da Capitania. Ainda no século XVII iniciou-se no litoral outra atividade produtiva como o plantio de arroz e cana-de-açúcar; este último com a finalidade de produzir a aguardente e o açúcar.
Com a abertura do caminho do Viamão, em 1731, a criação e a invernagem de gado dá o início a principal atividade econômica paranaense do século XVIII, o tropeirismo.
Ao longo do caminho do Viamão, ou caminho das tropas organizaram-se pousos, invernadas e freguesias, como as de Sant’Ana do Iapó, de Santo Antônio da Lapa originando vilas e futuras cidades do Paraná Tradicional. Com base nessa atividade foram ocupados os Campos de Curitiba, os Campos Gerais, bem como, no século XIX, os Campos de Guarapuava e Palmas. O Tropeirismo irá se esgotar na década de 1870 pelo aparecimento das estradas de ferro as quais fizeram com que os animais de carga perdessem sua função econômica.
No início do século XIX a erva mate abriu o comércio de exportação para os mercados do Rio da Prata e do Chile. Transformou-se no esteio econômico paranaense até os anos de 1930 quando a concorrência argentina encerrará a predominância da erva-mate paranaense.

A partir das primeiras décadas do século XIX o quadro demográfico paranaense é substancialmente alterado pela introdução de contingentes de imigrantes europeus. Estes imigrantes vieram para o Paraná especialmente para trabalhar com a agricultura de abastecimento em colônias agrícolas nos arredores dos centros urbanos.
A segunda resulta da ocupação das grandes florestas dos vales do Paranapanema, Paraná, Ivaí e Iguaçu. Dois movimentos populacionais extraordinários ocorreram paralelamente, resultando na sua formação. O primeiro impulsionado pela lavoura do café que ocupou a região Norte e o segundo pela ocupação das regiões Sudoeste e Extremo Oeste.
Desde o final do século XVIII, mesmo sem expressão econômica, o café do litoral do Paraná se encontra nas listas de exportações pelo porto de Paranaguá. Em meados do século XIX já se produzia café para consumo, interno, nos aldeamentos indígenas de São Pedro de Alcântara e de São Jerônimo, e na colônia militar de Jataí. Porém, o café de fato entrou no Paraná no final do século XIX pelas mãos de migrantes mineiros e paulistas. A ocupação acontece em três zonas sucessivas. A primeira no Norte Velho, desde a divisa Nordeste com São Paulo até Cornélio Procópio, colonizada entre 1860 e 1925. Em 1950 esta região estava praticamente ocupada; a Segunda no Norte Novo, desde Cornélio Procópio até Londrina, prolongando-se até o rio Ivaí, colonizada entre 1920 e 1950; e a terceira e última no Norte Novíssimo, entre os rios Ivaí e Piquiri, colonizada de 1940 até 1960. Esta última chegando às barrancas do rio Paraná, fronteira com o Estado do Mato Grosso.

A terceira e última a partir o final da década de 1930 inicia um processo novo de ocupação territorial no Paraná nas regiões Sudoeste e Extremo Oeste por parte migrantes vindos do Rio Grande do Sul e, principalmente de Santa Catarina que implantam o regime de pequenas propriedades e a policultura, predominantemente de cereais e oleaginosas. Também se dedicavam a criação de suínos. Deste modo nos anos de 1960, toda a região estava ocupada.
Referencias: WACHOWICZ, Ruy C. História do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial, 2002.
Fotos: Divulgação e Reprodução