Visibilidade Trans: Existir é Resistir

Neste 29 de janeiro, é celebrado o Dia da Visibilidade Trans, que engloba pessoas que se identificam como travestis, mulheres transgênero, homens transgênero, pessoas transmasculinas, pessoas não binárias e gênero dissidentes.
Uma data que mostra a necessidade de inaugurar novas formas de existência, resistência e representatividade e também a importância de debater a saúde mental da população LGBTQIA+ uma vez que os índices revelam que há uma incidência maior de comportamentos e tentativas suicidas dentro da população LGBTQIA+.


Para acolher as especificidades da população trans, a rede pública de saúde do Distrito Federal conta com serviços especializados: o Adolescentro que atende jovens de 12 a 18 anos incompletos; e o Ambulatório de Diversidade de Gênero (Ambulatório Trans), para pessoas maiores de 18 anos.
A psicóloga da Gerência de Atenção à Saúde de Populações em Situação Vulnerável e Programas Especiais (Gaspvp), Christiane Silva, diz que a data traz à tona debates importantes sobre os desafios que pessoas trans e travestis vivem cotidianamente, e o impacto que isso gera sobre a sua vida e a sua saúde.
No Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), antigo Hospital Dia, na 508/509 Sul, o GDF oferece um serviço da Atenção Secundária, que oferta cuidado multiprofissional à saúde.

“Disponibilizamos equipe especializada para atenção integral em saúde, com foco no processo de transição de gênero e suas particularidades. São profissionais da área de psicologia, serviço social, enfermagem, fonoaudiologia, farmácia clínica (voluntariado) e diversas especialidades médicas (endocrinologia, psiquiatria, ginecologia, urologia, família e comunidade)”, diz a psicóloga Tatiana Nardoni, do Ambulatório Trans.
Como acessar o ambulatório?

Existem duas formas de acesso. Uma é por demanda espontânea, em que as pessoas interessadas devem encaminhar e-mail com os dados pessoais (nome, nome social, endereço, telefone, data de nascimento e número SES) para o e-mail ambtrans.sesdf@gmail.com. Atualmente, há uma lista de espera para acesso ao serviço. A outra forma é por meio do encaminhamento de outros serviços da rede.
O preconceito, a violência, a falta de oportunidades no mercado de trabalho e a carência de políticas públicas ainda são uma dura realidade enfrentada pela comunidade trans.
Há um árduo caminho pela frente para que o existir de maneira digna deixe de ser algo negociável, não só para eles como também para todos que sofrem violências e exclusões.
Respeito transforma o mundo. Visibilidade é cidadania.
Fotos: Reprodução