Ato na Esplanada dos Ministérios pede apoio financeiro aos hospitais filantrópicos

bernadetealves.com
Santas Casas e Hospitais filantrópicos colocam cruzes em Brasília para pedir mais verba do SUS


O gramado central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, recebeu na manhã fria desta quarta-feira, 18 de maio, 1,8 mil cruzes, em referência a quantidade de hospitais. O ato foi promovido pela Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Brasil (CMB), que representa 1.824 hospitais.


A manifestação é para chamar atenção sobre as dificuldades financeiras vividas pelas instituições nos últimos anos. Segundo a entidade, 60% das operações desses hospitais são remuneradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A CMB alega que os valores repassados pelo governo federal não são suficientes para cobrir os gastos.


Em nota, o Ministério da Saúde informou que “repassa mensalmente para as secretarias estaduais e municipais de saúde, recursos financeiros destinados ao custeio de serviços hospitalares de média e alta complexidade, incluindo os ofertados pelo setor filantrópico”.

bernadetealves.com
Hospitais filantrópicos colocam cruzes em Brasília para pedir mais verba do SUS


“Em 2021, foram repassados aos fundos estaduais e municipais mais de R$ 67,7 bilhões para o custeio dos serviços em todo o país. Em 2022, entre janeiro e abril, já foram repassados R$ R$ 18,6 bilhões para o custeio desses serviços”, diz nota do Ministério da Saúde.


O diretor-geral da confederação, Mário César Homsi Bernardes, diz que há um “descompasso” na remuneração da prestação de serviços ao SUS. Segundo o gestor, a medida gera um desequilíbrio econômico e financeiro de R$ 10,9 bilhões ao ano, e leva os hospitais filantrópicos a endividamento.


Segundo ele desde o início do Plano Real, a tabela e os incentivos pagos às entidades foram reajustados em 93,77%. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 636,07%; o salário mínimo, 1.597,79%; e o gás de cozinha, 2.415,94%.


“Isso vem provocando o sucateamento das estruturas físicas e tecnológicas, e riscos na assistência ao paciente. Sem contar com a falta de recursos para cobrir os custos da mão-de-obra hospitalar e de materiais e medicamentos, em especial neste momento durante e pós-pandemia”, afirma o diretor da CMB.


Fotos: Reprodução