Danuza Leão, farol do comportamento em livros e em colunas de jornal, morre aos 88 anos

A colunista e escritora, Danuza Leão, faleceu na noite de quarta-feira 22 de junho de insuficiência respiratória, aos 88 anos. Ela estava internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro para tratar de enfisema pulmonar. A informação foi confirmada à imprensa por familiares.

Danuza foi um dos rostos mais marcantes da indústria da moda em seu tempo. Ela era famosa pela beleza e desenvoltura nas passarelas e pela produção de festas na juventude e se tornou um farol do conhecimento em livros e colunas de jornais.

Danuza se firmou no colunismo de comportamento e estilo de vida e chegou a ser a mais destacada da sua geração.Tornou-se uma cronista célebre e polêmica na imprensa brasileira.

Deixa dois filhos, a artista plástica Pinky Wainer e o empresário cinematográfico Bruno Wainer. Seu filho Samuel Wainer Filho, jornalista como o pai, morreu num acidente automobilístico em 1984.

A vida pessoal de Danuza sempre foi alvo do interesse das páginas de celebridades. Não só por ter sido casada com o influente jornalista Samuel Wainer, fundador do revolucionário jornal Última Hora, e também por ser irmã da ícone cultural, a cantora Nara Leão.

Danuza foi uma das personalidades mais importantes da sociedade e da cultura carioca do século 20. Sua carreira também ficou marcada pela participação num dos filmes mais importantes da cinematografia brasileira, “Terra em Transe”, de Glauber Rocha.

Danuza Leão também foi casada com o cronista e compositor Antônio Maria e depois com o jornalista televisivo Renato Machado, que fez carreira na Globo.

Em 1992, Danuza Leão alcançou o sucesso como escritora. Seu livro de etiquetas sociais “Na sala com Danuza”, liderou a lista dos mais vendidos durante um ano. Em 2004, publicou uma nova edição de seu maior sucesso, “Na sala com Danuza 2”.

Em 2005 ela lançou outro best-sellers “Quase tudo”, a autobiografia na qual narra uma vida intensa e marcada também pelos três casamentos com figuras também centrais em sua época. A obra recebeu o Prêmio Jabuti.

Depois lançou “Danuza Leão fazendo as malas” (2008), também ganhador do Prêmio Jabuti; “Danuza Leão de malas prontas” (2009) e “É tudo tão simples” (2011).

Outro trabalho de sucesso de Danuza foi como cronista. Ela foi colunista do Jornal do Brasil, da Folha de S.Paulo e do caderno ELA, do jornal O Globo, onde escrevia sobre assuntos variados, desde comportamento e relacionamento, até família e dicas de etiqueta.

A escritora, jornalista, modelo e atriz Danuza Leão nasceu em Itaguaçu, no interior do Espírito Santo, no dia 26 de julho de 1933. Aos 10 anos, ela e a família se mudaram para o Rio de Janeiro.

Ainda na década de 50, Danuza deu início a sua carreira como modelo. Ela foi a primeira brasileira a desfilar no exterior. Além de modelo, Danuza também foi jurada de programa de TV, entrevistadora, dona de boutique e produtora de arte.

Frases de Reflexão de Danuza Leão

“O pior inimigo é o falso amigo”.

“Não é impossível aprender a se desligar dos que te fazem mal, de só estar perto de quem te faz bem e lembrar, tantas vezes quanto possível, das coisas boas que a vida está te dando. E assim tentar ser mais feliz”.

“Existem cheiros inesquecíveis.O cheiro do mar quando se chega em Salvador – uma licença poética, com licença”.

“Quantas vezes soube de pessoas que depois de terem sido não só traídos – o que, aliás, é o de menos, mas também desprezados, particular e publicamente (bem mais grave), não sossegaram até ter a pessoa de volta, jurando nunca mais falar sobre o passado?”

“Me dou muito bem com homem e de uma certa maneira dou razão a eles: somos insuportáveis principalmente apaixonadas ”.

Nossa solidariedade aos familiares, colegas de profissão e amigos. Siga na luz Danuza Leão.

Fotos: Reprodução