Grass assume Iphan e declara “o patrimônio e a democracia permaneceram de pé”

Tomou posse como Presidente Nacional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, na tarde de terça-feira (31/1), em cerimônia ocorrida no 2º andar do Palácio do Itamaraty, em Brasília. Prédio que é um bem cultural tombado pelo Iphan.
A cerimônia foi prestigiada pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira; pela ministra da Cultura, Margareth Menezes; pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; pelo secretário-executivo do ministério da Cultura, Márcio Tavares; pela secretária-geral do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, pelo presidente da Embratur, Marcelo Freixo, entre outras importantes presenças.

“Após os atos golpistas do dia 8 de janeiro às sedes dos três Poderes é necessário que todos nós tenhamos a certeza que o patrimônio brasileiro permaneceu de pé. A democracia permaneceu de pé“, discursou o ex-deputado distrital. “Os danos ao nosso patrimônio mundial e às obras de arte nos provocaram tristeza e indignação”, declarou.
“Queremos ser parte da garantia do direito à memória e à diversidade cultural das atuais e futuras gerações. Para que compreendam de onde vieram, o que são e para onde podem ir. Para que a barbárie jamais se repita”, afirmou Grass.
“O nosso patrimônio cultural foi desenhado e sonhado para acolher, para integrar, para ser a síntese do que há de mais belo no nosso país”, disse o novo presidente do Iphan, órgão vinculado ao Ministério da Cultura. Segundo Leandro Grass, a gestão dele visa “dar resposta àquilo que os tempos atuais exigem. Nós estamos juntos e juntas pela cultura, pela arte, pela preservação do nosso patrimônio histórico e pela reconstrução do Iphan”.

Como primeiro ato assinou uma portaria para acabar com o grupo de trabalho de manutenção e preservação de armas de fogo do órgão, criado durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) . Segundo Grass, as armas não representam patrimônio cultural. “As armas de fogo não representam absolutamente nada para a cultura brasileira. O que representa algo de importante é a nossa história, a nossa memória, as tradições do nosso país, são as pessoas”, declarou Grass
Leandro Grass é professor, sociólogo e mestre em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), gestor cultural pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), ex-pesquisador do Observatório de Políticas Públicas Culturais da Universidade de Brasília (OPCULT/UnB) e integrante da Associação Amigos do Centro Histórico de Planaltina.
Foi deputado distrital nos últimos quatro anos e durante o mandato defendeu a Cultura e o Patrimônio Histórico da capital federal, tendo aprovadas oito leis relacionadas à cultura. Na Câmara Legislativa, presidiu a Frente Parlamentar pela Promoção dos Direitos Culturais e foi vice-presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura.
Diretoria do Iphan
Deyvesson Gusmão, diretor de Patrimônio Imaterial do Iphan – historiador e mestre em Geografia, foi superintendente do Iphan no Acre e coordenador-geral de identificação e registro.
Andrey Rosenthal Schlee, diretor do departamento de Patrimônio Material e Fiscalização – professor da Universidade de Brasília, foi diretor do Iphan entre 2011 e 2019.
Desirée Tozi, diretora do Departamento de Cooperação e Fomento – doutora em Estudos Étnicos e Africanos, a historiadora é servidora de carreira do Iphan desde 2010 e atua na área de políticas de patrimônio cultural há mais de 15 anos.
Maria Silvia Rossi, à frente do Departamento de Planejamento e Administração – engenheira com doutorado pela Universidade de Paris, é especialista em inovação, sustentabilidade e meio ambiente, foi superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-DF).
Mariana Karam, procuradora-chefe da Procuradoria Federal do Iphan – mestranda em Administração Pública é procuradora federal da Advocacia-Geral da União desde novembro de 2007. Atuou na Procuradoria Federal Especializada no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Campo Grande (MS) e na Procuradoria Regional Federal da 1ª Região em Brasília (DF).
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