3º Congresso de Empreendedorismo Jurídico da OAB/DF debate o futuro da advocacia e do ensino jurídico

A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal, presidida por Délio Lins e Silva Junior, promoveu o 3º Congresso de Empreendedorismo Jurídico. O evento, organizado pela Comissão de Empreendedorismo Jurídico, presidida por Gilbert Di Angellis, debateu o futuro da advocacia e do ensino jurídico frente ao avanço das novas tecnologias e a importância do conhecimento e parcerias para superar desafios e chegar ao êxito profissional.

Nos dias 23 e 24 deste mês, no auditório da OAB/DF, na 516 Norte, renomados profissionais de direito e professores universitários dividiram seus conhecimentos e apontaram caminhos seguros para desempenhar com segurança a advocacia.

O presidente da OAB/DF, Délio Lins, agradeceu a presença dos colegas advogados, estudantes de direito, os ilustres palestrantes a diretoria da Comissão de Empreendedorismo Jurídico. Disse que a OAB é a casa de todos e que sua missão é propagar conhecimentos e abrir as portas para a jovem advocacia. Parabenizou pela arrecadação de alimentos e disse que o evento é uma oportunidade para refletir sobre as inovações e desafios que moldarão o caminho da advocacia no futuro.


A cerimônia contou com a presença do Diretor de Tecnologia da OAB/DF Fernando Teixeira Abdala; de Maria Augusta Rost, membro do Comitê Brasileiro de Arbitragem e ex-professora de Arbitragem no Curso de Direito do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP); advogado Melillo Diniz e Cezar Britto, ex-presidente do Conselho Federal da OAB.

O presidente da Comissão de Empreendedorismo Jurídico, Gilbert Di Angellis, lembrou que a abertura do Congresso no 23 de agosto, Dia de Combate à Injustiça, é um chamado a dar um basta ao tratamento desigual e que o papel dos advogados é zelar para que a justiça seja um direito de todos. Falou que a Cejur, em todos os eventos, pratica a solidariedade arrecadando alimentos para colaborar com diminuição da desigualdade alimentar. Convocou a todos para promover a justiça e a solidariedade e permitir que os sentimentos bons prosperem sempre.

Gilbert Di Angellis abriu os trabalhos afirmando que as inovações tecnológicas avançam exponencialmente, e os advogados se deparam com uma encruzilhada intrigante: se adaptar ou ser ultrapassados. Gilbert destacou que “a inteligência artificial, a automação, a blockchain e outras inovações estão redefinindo completamente a prática do Direito. O futuro do ensino jurídico também está repleto de possibilidades: o espaço físico se mescla com o digital, a troca de conhecimento transcende barreiras geográficas e a tecnologia é uma aliada na busca da excelência acadêmica,” declarou o professor Gilbert Di Angellis.

O Diretor de Tecnologia da OAB/DF Fernando Teixeira Abdala, falou dos avanços da tecnologia na advocacia é a criação e desenvolvimento de softwares e ferramentas que tornam os processos de trabalho automatizados. “Diante do aumento da competitividade entre as empresas, ter processos otimizados fará com que os próprios gestores consigam direcionar tempo e recursos para realizar investimentos mais estratégicos e se diferenciar”, disse.

Impacto das Novas Tecnologias na Advocacia: Palestrantes Maria Augusta Rost, Melillo Diniz e Cezar Britto.

A advogada Maria Augusta Rost, abordou de forma abrangente os benefícios da tecnologia nos métodos adequados de resolução de disputas, bem como a aplicação desses métodos ao cenário tecnológico. A professora destacou que as inovações ampliam a complexidade das relações sociais, originando um crescente número de litígios. “Como advogados, especialmente os que estão no início de suas carreiras, precisamos forjar estratégias e adquirir competências para enfrentar essa ascendente complexidade. Isso desvela novos horizontes de atuação na advocacia, os quais demandam estudo e dedicação. Minha provocação final para vocês é: Qual é o método mais adequado para resolver as disputas de seus clientes? Será que a tecnologia pode ser uma aliada nesse processo?” questionou.


Melillo Diniz mostrou como as tecnologias estão remodelando a prática da advocacia e como os advogados podem tirar proveito dessas mudanças. Utilizando a tecnologia na advocacia, é possível se destacar diante da concorrência e estar preparado para enfrentar todas as mudanças e obstáculos do mercado!

O advogado lembrou que o marketing direcionado para o setor jurídico tem algumas limitações, como as estabelecidas no Código de Ética da OAB. Apesar disso, com a tecnologia, é possível criar e desenvolver estratégias eficazes e que podem atrair leads (potenciais clientes), aperfeiçoar a comunicação e ainda convertê-los em clientes fidelizados. A partir dessas estratégias, é possível alcançar uma parcela maior de público, segmentar seu alvo e ainda obter mais sucesso, autoridade e reconhecimento!

O ex-presidente da OAB Nacional Cezar Britto disse que um dos maiores desafios para os profissionais de direito e para os escritórios de advocacia se dá em relação a oferecer uma melhor experiência no atendimento e nos serviços. Lembrou que mesmo com o avanço tecnológico, e com a facilidade do atendimento online, o que cativa o cliente é a forma como é acolhido. Ser empático com o cliente e com colegas faz toda a diferença.




O Congresso promovido pela Comissão de Empreendedorismo Jurídico da OAB/DF mostrou que no ramo de Direito, a tecnologia veio especialmente para otimizar todos os processos, sejam eles operacionais e gerenciais, seja para garantir uma maior personalização no atendimento e na prestação de serviços, além de também proporcionar mais visibilidade e reconhecimento por meio do marketing jurídico.

Painel II – Novos Horizontes da Advocacia Empreendedora



Palestrantes Liliana Marques, Paulo Maurício Siqueira e Josinaldo Leal. Os especialistas falaram sobre a evolução da advocacia, as estratégias para empreender no campo jurídico, destacando histórias de êxito na profissão.

O secretário-geral da Seccional, Paulo Maurício Siqueira, observou que “no passado, era necessário assistir às sessões para se manter atualizado, mas agora você pode acessar as informações disponíveis para todos, incluindo seu cliente, e usar isso para construir seu caso. Isso o torna um advogado ou advogado diferenciado.” Ele pontuou também que deve-se “ver isso como um mecanismo positivo para aqueles que desejam empreender e entender a carreira de advocacia.”





Painel III – O Futuro da Advocacia e do Ensino Jurídico



Palestrantes: Saul Tourinho Leal, professor de Direito Constitucional do IDP; Ana Frazão, professora da Universidade de Brasília e Nara Ayres Britto, professora do UniCeub.

Os especialistas abordaram a transformação do ensino jurídico, com discussão sobre o espaço físico e digital, e o papel crucial da tecnologia.


No encerramento do evento, o professor de Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), Saul Tourinho Leal, apresentou uma perspectiva sobre o futuro da advocacia e do ensino jurídico. “Cada um de vocês tem experiências excelentes para compartilhar, e há pessoas ansiosas para aprender com elas. A comunicação, especialmente no ambiente digital e nas redes sociais, é fundamental e pode ser feita de várias maneiras. No entanto, é crucial compreender que a comunicação pode e deve ser adaptada ao seu próprio estilo, o que é a chave para encontrar sua maneira única de se expressar.”

Nara Ayres Britto, professora da pós-graduação lato sensu do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), avaliou os desafios de segurança no tratamento de dados pessoais no futuro da advocacia. Para ela, “manter a privacidade do cliente e respeitar o sigilo profissional são essenciais, e isso deve se estender às interações nas redes sociais e em qualquer comunicação pública.”


A professora do UniCeub lembrou que “a integridade dos dados deve ser protegida com cuidado, e medidas adequadas devem ser rompidas para garantir a segurança e a integridade dos dados pessoais. Além disso, é fundamental que todos se adaptem às regulamentações, como o Marco Civil da Internet e a LGPD, para garantir a conformidade e a proteção dos dados em todas as esferas,” encerrou.








CEJUR Solidária
A pedido da diretoria da Comissão de Empreendedorismo Jurídico: Gilbert Di Angellis, Isadora França, Ulysses Juliano e Amanda Andrade, os participantes do congresso contribuíram de forma expressiva na arrecadação de alimentos e a meta de aproximadamente 2 toneladas de alimentos não perecíveis foi atingida. A ação social vai beneficiar entidades cadastradas pela OAB/DF.

Fotos: Roberto Rodrigues e Maurício Araújo /OABDF