Os contrastes da artista Antônia Célia
Conhecer as obras de Antônia Célia é mergulhar em um universo inconsciente de intuições e sensibilidade. A artista nos brinda com interpretações que não se esgotam na primeira visualização. As criações nos fazem viajar além do horizonte.

As composições abstratas de Antônia Célia são explosões de sinais e cores. A forma artística se apresenta por meio de linhas, cores e volumes. A arte abstrata ou abstracionismo usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra.

Antônia Célia vem desde 1996 participando de exposições coletivas e individuais tanto no Brasil quanto no exterior. E há poucos dias expôs no Rubaiyat Brasília.

Em entrevista exclusiva para o nosso espaço, a artista Antônia Célia disse que para produzir “a orientação do quadro depende de uma escolha estética pessoal. Escolho a cor, traço algumas linhas e trabalho a coloração até chegar ao resultado final da tela”.

Segundo a artista não existe tempo certo para a produção de uma obra. “Tem obra que já nasce pronta. Outras, faço uma parte e deixo para reflexão. Começo um novo quadro e de repente desenho com inspiração artística sem nenhuma intenção específica em mente, mas movida pelo espírito criativo. E esta inspiração me leva a finalizar aquele que deixei esperando. É muito gratificante para o artista ver que alguém apreciou o seu trabalho, a sua criação”.
Questionada sobre as suas fontes de inspiração, explica que “depende do dia. É o estado de espírito que comanda. Tem dias que acordo já querendo ir para o atelier. Tem vezes que olho para a tela, organizo as tintas e só. Fico observando, pensando e não começo nenhuma criação. Num outro momento chego lá e começo a criar. Deixo fluir a criação”.

Sobre o estilo, afirma ser “uma artista colorista. Adoro as cores de Vincent van Gogh. E aí vem o Claude Monet com aquela sutileza toda que me encanta. Eu primo pela cor. E expor meus trabalhos aqui no Rubaiyat Brasília é muito bom. É um local acolhedor. Fiquei feliz pelo convite e incentivo da escritora Gracia Cantanhede, uma pessoa que admiro muito”.

Para quem está começando e quer trabalhar com estilo abstrato, “o desenho é a base. Com ele a gente aprende planos, formas, perspectiva e a partir daí você vai abstraindo. Foi o que aconteceu comigo. Passei para um cubismo e quando percebi tudo fluía naturalmente”.

No Brasil, a arte abstrata ganhou força a partir da I Bienal de São Paulo (1951). Entre os artistas brasileiros de arte abstrata, podemos destacar Antônio Bandeira, um dos mais valorizados pintores brasileiros que tem obras nas maiores coleções particulares em museus do Brasil e do mundo. Também são referências em arte abstrata: Aldemir Martins, Inimá de Paula, Ivan Serpa, Iberê Camargo e Manabu Mabe.

