GDF quer política única para combater a Tuberculose
A tuberculose, transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, é provavelmente a doença infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona no Brasil. Segundo a OMS, estima-se, ainda, que mais ou menos 30% da população mundial estejam infectados, embora nem todos venham a desenvolver a doença.
Há 137 anos, o médico alemão Robert Koch descobriu a bactéria Mycobacterium tuberculosis. No século 19 e no início do século 20, esse bacilo proliferou e a tuberculose matou milhares de pessoas no mundo. Apesar de já haver vacina e antibióticos eficientes, que curam, a doença ainda tira muitas vidas. No ano passado, só no Distrito Federal, sete pessoas morreram e outras 452 foram infectadas.
Para evitar que isto se repita a Secretaria de Saúde prepara uma reformulação no plano distrital de combate à tuberculose. No dia 03 foi publicada uma portaria criando um grupo de trabalho para trabalhar nessa revisão de planejamento.
A enfermeira Lindvânia Brandão, da Gerência de Vigilância de Doenças Transmissíveis, diz que a medida é muito importante porque vai garantir a institucionalização do grupo condutor. “Agora sabemos que teremos uma política única, que deverá ser seguida por toda a rede pública de saúde”.
A Tuberculose é vista como importante problema de saúde pública a nível nacional. Segundo Lindvânia, a meta do governo federal para Brasília é, até o ano de 2035, reduzir o coeficiente de incidência para menos de dez casos por 100 mil habitantes. “Vamos trabalhar para assegurar um plano que busque diminuir o número de infectados e zerar as mortes por tuberculose”, complementa Lindvânia.
A tuberculose é transmitida pelo ar, de uma pessoa doente para outra pessoa, em situações comuns, como falar, espirrar e, principalmente, ao tossir. O tratamento leva em média seis meses e precisa ser feito com cautela que a cura seja total, adverte a enfermeira Lindvânia. “Muitas pessoas iniciam o tratamento, começam a se sentir bem e largam os antibióticos. Isso não pode acontecer”, declara a enfermeira.
A doença é causada quando a Mycobacterium tuberculosis – ou bacilo de Koch – se instala no corpo. Ela pode atacar os pulmões, como na maioria dos casos, mas também pode infectar outros órgãos, incluindo os ossos, rins,meninges e o sistema nervoso.
O Dr. Daniel Deheinzelin, médico pneumologista, professor e, integrante do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês, diz que se os mecanismos de defesa do organismo estiverem perfeitos, a reação inflamatória provocada pelo bacilo será debelada, muitas vezes sem o paciente dar-se conta do que aconteceu. Caso contrário, num período de tempo que varia e que pode alcançar até um ano, o paciente desenvolverá um quadro de fraqueza progressiva, febrícula vespertina, perda de peso e de apetite, sudorese noturna e tosse produtiva. Sem tratamento, a tuberculose pode ser fatal.
Os principais sintomas são tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. Pessoas com esses sintomas associados ou isoladamente devem procurar um Posto de Saúde o mais rápido possível, pois o tratamento é gratuito e deve ser iniciado imediatamente.
Segundo o especialista, a principal maneira de prevenir a tuberculose é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), que faz parte do calendário público de vacinação, e é ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).Quem não foi vacinado, aos cinco anos, deve fazer o teste de Mantoux, ou PPD. Caso não apresente reação, deve ser vacinado em qualquer faixa de idade.
O Ministério da Saúde disponibilizar gratuitamente o teste rápido para diagnóstico da tuberculose. O Gene Xpert, como é chamado o teste, tem capacidade de detectar a presença do bacilo de Koch, causador da doença, em apenas duas horas e também identifica se a pessoa apresenta resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento.
Cuidar da saúde é um ato de amor.