Base de Pesquisa do Brasil na Antártica é reinaugurada por Hamilton Mourão

A Base brasileira na Antártica, batizada de Estação Antártica Comandante Ferraz, localizada na ilha do Rei George, a 130 quilômetros da Península Antártica, na baía do Almirantado, foi reinaugurada no dia 15 pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão e pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior.

A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984 e em 1985 passou a ser ocupada durante todo o ano. Em razão da sua atuação, o Brasil foi incorporado como membro consultivo do Tratado da Antártica e faz parte de um seleto grupo de 29 países que possuem estações científicas na região.
Em 2012, a base foi atingida por um incêndio de grandes proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas. As obras para a reconstrução da base começaram em 2015 ainda no governo da então presidente Dilma Rousseff. Em 2014, foi aberto um edital exclusivamente para empresas brasileiras interessadas em reformar o centro de pesquisas. Como nenhuma companhia do Brasil demonstrou interesse pelas obras, em 2015, o governo federal assinou um contrato milionário com a empresa chinesa Ceiec.

Com investimentos de US$ 100 milhões, o novo prédio foi erguido ao lado da atual base com estrutura para resistir a todos os fenômenos. Em uma área de 4.500 metros quadrados, as novas instalações contam com 17 laboratórios, 12 a mais que a antiga. É possível acomodar até 64 pessoas, entre pesquisadores e militares. Os 17 laboratórios abrigarão projetos de pesquisa e experimentos de diferentes disciplinas.
O início das pesquisas foi marcado pelo lançamento de um balão meteorológico. Os dados coletados vão ser aproveitados para a análise da dinâmica atmosférica do local e suas interações com a América do Sul.

Considerada uma base sustentável, a nova estrutura da Estação Comandante Ferraz faz uso de energia eólica e solar na tentativa de reduzir o máximo possível o uso de diesel na geração de energia. De acordo com os especialistas, cerca de 20% de toda a energia usada no local é proveniente de energias renováveis. As caldeiras também têm filtros mais modernos para a filtragem de gases para amenizar ao máximo os impactos ambientais e ajudar a gerar a energia da estação. Ao todo, oito geradores fornecessem a energia necessária para a manutenção dos trabalhos, com capacidade de sustentar uma mini-cidade de 2 mil habitantes.

O comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior ressaltou a importância da presença brasileira por meio da reconstrução da base tanto para experiências científicas quanto para participar da governança da região. “A base possibilitará a presença brasileira em uma plataforma sustentável que permitira conhecer melhor este enorme continente de características ímpares, bem como reafirmar compromisso do Brasil como membro consultivo do tratado para participar das decisões sobre os destinos dessa região”, declarou.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, destacou o papel da nova base para o desenvolvimento científico e para aspectos diversos, como a melhoria das atividades de previsão do tempo para o Brasil e a América do Sul.

“O plano de ação da ciência antártica para o Brasil terá melhores condições para desenvolver programas científicos que aumentem a participação brasileira no sistema do trabalho antártico, que envolve além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e Fundação Oswaldo Cruz, de 13 universidades, contando com 250 pesquisadores”, disse o vice-presidente.

A reinauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz, aconteceu sob uma fina nevasca e sensação térmica de -19C. O vice-presidente chegou por volta das 19h55 em um helicóptero da Marinha, depois de ter de fazer o trajeto da base chilena Presidente Eduardo Frei Montalva até a estação. O general Hamilton Mourão estava acompanhado do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes.

O navio polar brasileiro Almirante Maximiano partiu na segunda-feira do Porto de Punta Arenas, no extremo sul do Chile, às 16h rumo a Estação Antártica Comandante Ferraz. Na embarcação militares, funcionários e jornalistas de vários órgãos de imprensa para cobrir a reinauguração. Até a base brasileira, na Baía do Almirantado, na Ilha Rei George, foram mais de 600 quilômetros na Passagem de Drake.


A solenidade de reinauguração da base científica isolada, fria e imponente,que o Brasil vai fazer ciência onde a natureza é arte,foi acompanhada por turistas que estavam no navio MV Ocean Adventurer que realiza cruzeiros na região Antártica.

Todos ficaram maravilhados com o local e avistar a Estação compensou toda e qualquer instabilidade ocorrida na viagem. O paraíso dos paraísos sustentável.