Ministro da Saúde pede “etiqueta respiratória” no Carnaval
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recebeu nesta quinta-feira (6), na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília, os secretários de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, para debater os planos de contingência na prevenção ao novo coronavírus.
Perguntado sobre as ações durante o carnaval, o ministro recomendou a secretários que orientem medidas de “etiqueta respiratória” comuns para evitar outras doenças. Mandetta disse que o ministério não planeja ações para o Carnaval devido ao novo coronavírus. “Deixa o Carnaval”, brincou ao ser questionado por secretários de saúde sobre ações que poderiam estar previstas.

“Carnaval é vida que segue. O que estamos colocando é ‘etiqueta respiratória’. Lavar as mãos várias vezes ao dia,se for espirrar, colocar o cotovelo na frente. Tentar falar isso no Carnaval a gente fala, que a pessoa tem que ter um pouco mais de etiqueta [respiratória] no Carnaval. Mas não conheço ainda o impacto disso”, disse Mandetta.
“Vocês que são secretários estaduais e municipais dialoguem com seus carnavalescos e peçam um pouco mais de etiqueta carnavalesca, ainda mais naqueles bailes de salão de antigamente, colombina, menos pipoca atrás do trio elétrico. Não sei como vocês vão fazer, cada um faça do seu jeito”, disse o ministro, em tom bem-humorado.
De acordo com Mandetta, apesar de não ter casos confirmados de coronavírus no Brasil, a pasta tem trabalhado com um cenário “intermediário” de impacto para planejar ações. “Temos desde o cenário de que não vai ter nenhum caso, um intermediário e um cenário de risco elevadíssimo. Temos trabalhado com o intermediário. Esse deve ser o tom da cautela”, disse o ministro da Saúde.

O ministro Luiz Henrique reiterou a importância de as pessoas se vacinarem contra gripe, de forma a evitar um número maior de casos suspeitos do novo coronavírus no país. Segundo o ministro, como não há, até o momento, nenhum caso confirmado da doença, não há como justificar campanhas preventivas ao coronavírus, no lugar de campanhas de maior utilidade para o público brasileiro como é a vacinação contra a gripe.

Secretários de saúde de algumas cidades fizeram um pedido ao Ministério da Saúde para que a campanha de vacinação contra a gripe ocorra mais cedo neste ano. Atualmente, a maioria dos casos de suspeita de novo coronavírus já descartados têm dado positivo para os vírus da gripe, como influenza B e influenza A.

Os secretários solicitaram ao ministro que dê atenção especial à vacinação contra gripe nos estados da Região Sul, onde o outono tem aspectos de inverno, o que facilita a propagação de outras gripes.

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil