Pritzker premia pela primeira vez dupla de arquitetas
A arquitetura está presente em cada cenário do cotidiano. É mais que uma profissão, tem função social. Aqui em Brasília, cidade planeada que se distingue pela sua arquitetura branca, moderna e artística, é mais evidente porque a capital do Brasil respira arte, é toda monumental e ainda premiada.

Quando a gente toma conhecimento, às vésperas do Dia Internacional de Mulher, que duas arquitetas irlandesas foram escolhidas para receber o Pritzker, principal prêmio de arquitetura do mundo, considerado o “Oscar da Arquitetura” é motivo para comemorarmos.
As irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara, duas arquitetas pioneiras e educadoras respeitadas no meio acadêmico, são premiadas na edição de 2020, pela arte da arquitetura e pelo serviço consistente à humanidade.

Yvonne Farrell e Shelley McNamara se conheceram quando eram estudantes de arquitetura na University College Dublin, na Irlanda. Após se formarem, ambas deram aulas na faculdade durante mais de 30 anos. Em 1970 fundaram a empresa Grafton Architects e são responsáveis por obras impactantes, modernas e exclusivas e foram escolhidas para receber o prestigiado Pritzker, equivalente a um Nobel da arquitetura, da Fundação Hyatt.

Segundo o júri, é notável a maneira como a dupla conduz o dia a dia na prática, cheio de “crença, colaboração e generosidade com os colegas”. “Suas obras nunca se repetem ou imitam; têm sua própria voz”.Ainda, traz como exemplo dessa conduta a participação exemplar como diretoras na Bienal de Veneza 2018.

Tom Pritzker, Presidente da The Hyatt Foundation, empresa patrocinadora do prêmio, também afirma que: “A colaboração entre Yvonne Farrell e Shelley McNamara representa uma verdadeira interconexão entre colegas iguais. Elas demonstram uma força incrível em sua arquitetura, mostram profunda relação com a situação local em todos os aspectos, estabelecem respostas diferentes para cada comissão, mantendo a honestidade de seu trabalho e excedendo cada requisito pelos sensos de responsabilidade e comunidade”.

Yvonne Farrell, após receber a notícia, disse que o prêmio é “um apoio maravilhoso à nossa convicção na arquitetura”. “Ser arquiteta é um grande privilégio. A arquitetura pode ser descrita como uma das atividades culturais mais complexas e importantes do planeta”, declarou a renomada arquiteta.

Shelley McNamara considerou gratificante a distinção concedida a elas, a empresa e ao corpo de trabalho.“Dentro do espírito de uma profissão como a nossa, muitas vezes lutamos para encontrar um espaço para implementar valores como o humanismo, o artesanal, a generosidade e a conexão cultural com cada lugar e contexto em que trabalhamos”, declarou McNamara.

As arquitetas projetaram diversas instituições cívicas, culturais e acadêmicas, como o campus universitário da Universidade de Engenharia e Tecnologia (UTEC) de Lima, em 2015, além de complexos habitacionais, que dialoga constantemente com elementos naturais, equilibrando força e delicadeza.

Uma de suas grandes obras é o edifício sustentável da UTEC, no bairro de Barranco, construído verticalmente em um barranco. Atrai o ar fresco do Oceano Pacífico, gerando correntes naturais que reduzem a necessidade de ar condicionado. Também aproveita os ciclos de luz e sombra para economizar eletricidade.




Fotos: Grafton Architects