Dia dos Namorados: o par perfeito da vida animal

O amor sincero é essencial para todos. Este sentimento vai além dos filmes, romances ou contos de fada. Está presente em todas as espécies. A natureza é um lugar repleto de amor e esta magia é contagiante.
No reino animal há razões para acreditar que este sentimento é forte e duradouro. Eles se abraçam, caminham de mãos dadas, sorriem, se afagam, flertam e até se beijam. Cenas que tocam o coração dos humanos.

E mais; existem espécies onde os casais são leais a vida toda como os Cisnes, Lobos, Albatrozes, Gibões, Corujas, Piriquitos e até Urubus.

Um casal de cisnes fica junto durante anos e, em alguns casos, pela vida toda. O motivo para que o casamento dure tanto não é necessariamente romântico, mas sim uma opção mais prática, já que essas aves gastam muito tempo migrando, estabelecendo territórios e cuidando de seus filhotes.

Os temidos lobos são fiéis à matilha, formada pelo macho, a fêmea e seus filhotes. Eles são tão organizados que o filho mais velho cuida dos mais novos para ajudar os pais nas tarefas domésticas.

Os Gibões, ao contrário de todos os outros primatas, permanecem em um relacionamento sério durante toda a vida.O macho e a fêmea ficam juntos o tempo todo, pulando felizes em galhos de árvores. São os animais mais próximos dos humanos, que são monogâmicos. E como os humanos também brigam.

Os albatrozes são eternos namorados. Conquistam seus pares inúmeras vezes com suas incríveis danças. O macho Albatroz se conecta com a fêmea por toda a vida – o relacionamento é preservado por meio de rituais. Essas aves viajantes voam por longas distâncias, mas voltam sempre para o mesmo lugar e para a mesma fêmea.
Os Urubus também são monogâmicos e dividem as atribuições de forma equilibrada. Essas aves são conhecidas, na verdade, por não aprovarem qualquer comportamento que não seja monogâmico. Os urubus não apenas ficam juntos e são fiéis: o macho e a fêmea têm as mesmas funções.


Aqui em Brasília, o Zoológico tem cerca de 40 “casais enamorados”. Isso foi possível porque uma equipe especializada estuda o comportamento dos animais com o apoio várias instituições, dentro e fora do país, para formar o “par perfeito” da vida silvestre.
Segundo o Zoo de Brasília as recomendações de pareamento são feitas anualmente por especialistas, chamados studbook keepers. Esses profissionais que organizam a população de espécies ameaçadas no Brasil e no mundo e, de acordo com dados genéticos importantes, indicam qual indivíduo pode reproduzir e com quem. Isso acontece para garantir que a população mantida sob cuidados humanos seja geneticamente saudável e que contribua, no futuro, para o reforço das populações em vida livre.

A superintendente de conservação e pesquisa do Zoo, Luísa Helena Rocha, diz que além de fazer a aproximação e o pareamento, a equipe técnica monta um cenário que estimule o cruzamento.“Para incentivar a reprodução, a gente deixa o recinto o mais confortável e aconchegante possível, com um clima agradável”.
Aves e mamíferos fazem parte dos programas de conservação do Zoológico de Brasília. Destaque para o par formado por Tucupi e Amarantos, primatas criticamente ameaçados de extinção da espécie sauim-de-coleira.

Luísa Helena diz que o Tucupi, o macho, já vivia no Zoológico de Brasília, enquanto a fêmea, Amarantos chegou de um resgate em Manaus (AM), feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O arranjo ocorreu em 2018, com a recomendação de pareamento entre Tucupi e Amarantos, que deu à luz no início deste ano.

Além da reprodução natural, o Zoo de Brasília atua em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nos bancos de germoplasma, que fazem o armazenamento de informações genéticas a partir da identificação, da caracterização e da preservação de células germinativas de alguns seres vivos. “O banco de germoplasma e o manejo para reprodução dos animais vivos colaboram na manutenção de um banco genético que poderá ser utilizado para reintroduzir espécies na natureza”, explica Luísa.



