Dia Mundial Sem Tabaco: um bom momento para ressignificar
O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, segundo a OMS. Cerca de 25% dos óbitos por câncer guardam relação com o fumo. Além do risco de morte, o tabagismo deixa a pessoa mais suscetível a infartos e tromboses, podendo ser igualmente responsável por outras enfermidades, como tuberculose, derrames, perda de sentidos (visão e audição), disfunção erétil e infertilidade.
Parar de fumar pode ser desafiador, especialmente com o estresse social e econômico adicional que surgiu como resultado da pandemia mesmo assim assine um compromisso com a vida, neste Dia Mundial Sem Tabaco. A data é uma forma de chamar a atenção a um hábito muito agressivo à saúde – de si e de terceiros – que, em tempos de pandemia, pode trazer graves complicações.
Estudos científicos publicados em 2021 mostram que os fumantes têm maior risco de desenvolver doença grave e morte por COVID-19 do que não-fumantes. Em função disso e em meio à pandemia por covid-19, a Organização Mundial da Saúde lançou uma publicação intitulada “101 razões para parar de fumar”, expondo todos os riscos do tabagismo ativo e passivo e suas relações com o vírus Sars-CoV-2, agente causador da doença.
Segundo a OMS, o novo coronavírus pode ser ainda mais prejudicial para fumantes e ex-fumantes, por se tratar de um vírus muito agressivo aos pulmões. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan, na China, as pessoas que fumam têm 14 vezes mais chances de desenvolver quadros graves de covid-19 do que os pacientes que não possuem o hábito.
“O tabaco tem uma parte particulada da fumaça que, quando cai na corrente sanguínea, vai causar um processo inflamatório dentro da veia e das artérias, além da ação direta nas vias respiratórias, que podem causar doenças crônicas. A covid-19, basicamente, é uma doença respiratória também; ela causa um processo inflamatório vascular de uma forma muito intensa, e isso é responsável pelo processo trombótico”, esclarece a RTD.
Quem quiser parar de fumar a Rede de Saúde do Distrito Federal oferece assistência e tratamento para fumantes, com foco na reabilitação de pessoas que desejam parar de usar o tabaco.
A abordagem é feita em duas frentes: o tratamento cognitivo comportamental, que consiste em orientações e estratégias para inibir o desejo de fumar, e o tratamento medicamentoso, que presta assistência farmacêutica aos casos mais graves. Atualmente, 58 unidades de saúde oferecem o tratamento antitabagismo em todas as regiões do DF.
“O tratamento medicamentoso consiste no alívio dos sintomas às crises de abstinência que os pacientes possam ter. Nem todas as pessoas precisam utilizar o medicamento; ele vai ser prescrito após avaliação médica para aqueles pacientes que não estão tolerando os sintomas das síndromes de abstinência”, explica a Referência Técnica Distrital (RTD) de Tabagismo Nancilene Melo.
A indústria do tabaco também é responsável por vários danos ao meio ambiente, com a emissão de gases poluentes e a contaminação do solo, além da poluição urbana devido ao descarte inadequado das bitucas. A luta antitabagismo completa 100 anos neste 2021.
Vamos atribuir um novo significado às nossas vidas e priorizar a saúde. Dizer NÃO ao cigarro é uma decisão acertada.
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