Martine Grael e Kahena Kunze: bailarinas de ouro nas águas do Japão

bernadetealves.com
Martine Grael e Kahena Kunze são bicampeãs olímpicas na vela

As medalhistas olímpicas, Martine Grael e Kahena Kunze, ouro no Rio-2016, alegram mais uma vez o Brasil ao conquistar o ouro em Tóquio 2020. A vela exige rapidez de raciocínio, agilidade, força física e capacidade de elaboração de estratégia dos atletas. As brasileiras velejaram como se estivessem ‘dançando’ nas águas do Japão para chegar ao bicampeonato olímpico.

bernadetealves.com
Martine Grael e Kahena Kunze com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016


A carioca Martine, de 30 anos, é a razão da dupla, a mais calma e serena, e que dita o caminho do barco durante a regata, a timoneira. A paulista Kahena, também de 30 anos, é mais explosiva, falante e é a proeira, aquela que faz o peso na hora das manobras. Juntas garantiram o lugar mais alto do pódio nos Jogos Olímpicos na vela e mantiveram viva a tradição brasileira de subir ao pódio na vela desde a Olimpíada de Atlanta, em 1996.

bernadetealves.com
Martine Grael e Kahena Kunze: bailarinas de ouro nas águas do Japão conquistam ouro para o Brasil


O amor pelo esporto está no sangue. As duas são de família de velejadores. Martine é filha de Torben Grael, e dono de cinco medalhas olímpicas, e sobrinha de Lars, que tem outras duas. Já Kahena é filha de Claudio Kunze, campeão mundial juvenil nos anos 1980.


“É uma honra estar ao lado de nomes tão incríveis do esporte e que fizeram história. Ainda não caiu a ficha”, confessa Kahena. “Estamos sendo comparadas a pessoas muito especiais. E tem o Torben e o Scheidt aqui”, continua a velejadora.

“Acho que isso é mais emocionante ainda, porque para mim eles são ídolos, o da Ka e o meu”, emenda Martine. “Os dois são meus ídolos e acho que tê-los aqui e a gente ser bicampeãs olímpicas é incrível, é indescritível”, prossegue a filha de Torben Grael.

bernadetealves.com
Brasil conquista ouro na vela com Martine Grael e Kahena Kunze em Tóquio


Martine credita os dois ouros a dois ingredientes: trabalho e dedicação. “Em relação a resultados, você olha e diz: ‘Uau!’ Mas a gente colocou muita dedicação em todos esses anos. A gente não fez nada pela metade. Eu tenho isso como algo de muito valor. Mas ser um considerada um fenômeno eu acho que não”, diz a medalhista olímpica.


O chefe da equipe brasileira de vela em Tóquio, Torben Grael, diz que o ouro é resultado de muito trabalho. “As pessoas não acompanham, não se dão conta, mas elas passam horas treinando. E isso rende. Obviamente, elas têm um controle emocional muito bom sob pressão e têm talento. Isso ajuda, mas tem muito trabalho aí”.


Elas estrearam em 2013 na classe 49erFX e ganharam prata no Mundial. Em 2014 conquistaram o Mundial. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019,elas levaram a bandeira da delegação brasileira. Em oito anos de parceria são duas medalhas olímpicas, além de cinco medalhas em Campeonatos Mundiais (um ouro e quatro pratas) e uma prata e um ouro em Jogos Pan-Americanos.

bernadetealves.com
Martine Grael e Kahena Kunze: bailarinas de ouro nas águas do Japão conquistam ouro para o Brasil


O ouro conquistado em Tóquio consolida o domínio da vela como o esporte mais campeão do Brasil em Olimpíadas que começou em 1980 em Moscou e que rende medalhas em todas as edições. A vela brasileira produziu o maior campeão olímpico da história do país: o velejador Robert Scheidt, detentor de dois ouros, duas pratas e um bronze.


A vela é um esporte de elite e caro
. mesmo assim é um dos esportes olímpicos mais tradicionais da era moderna. Esteve presente em todas as edições dos Jogos, com exceção da primeira Olimpíada, de 1896.

bernadetealves.com
Brasil conquista ouro na vela com Martine Grael e Kahena Kunze em Tóquio


No Brasil, a vela começou a ganhar espaço em 1906, com a fundação do Yacht Clube Brasileiro no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, que pouco depois se mudaria para Niterói. A primeira prova nacional foi disputada em 1935.

Parabéns Martine Grael e Kahena Kunze pelo ouro em Tóquio. Obrigada por representar o esporte com leveza e categoria. Continuem abençoadas.


Fotos: Divulgação e reprodução