Brasil se despede dos Jogos Paralímpicos de Tóquio com méritos e esperança

bernadetealves.com
Daniel Dias carregou a bandeira do Brasil no encerramento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio

Os Jogos Paralímpicos acabaram oficialmente em Tóquio neste domingo, 5 de setembro, e foi dado o pontapé inicial para Paris 2024, a próxima sede do maior evento esportivo do mundo. Tóquio 2020 foi uma linda celebração à vida, a beleza da diversidade e a comprovação de que não há limites para ser atleta e voar.


O Brasil fez história na terral do Sol nascente ao conseguir sua maior quantidade de ouros (22), igualar o recorde de pódios da Rio-2016 (72) e também a melhor colocação da história (Londres-2012), com o sétimo lugar no quadro de medalhas.


Os Jogos Paralímpicos também marcam o encerramento da participação do maior medalhista brasileiro, Daniel Dias, 33 anos, que se despede nessa edição do esporte paralímpico. A importância do atleta na história do esporte do Brasil sempre será lembrada. Daniel ajudou a mudar a percepção sobre as pessoas com deficiência e o seu legado permanecerá.

bernadetealves.com
Festa de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio

A cerimônia de encerramento começou com um show de luzes, cores e música. A união dos ritmos da música eletrônica, do ‘beatbox’, do violino, da guitarra e outros instrumentos, animaram o estádio. Após o encontro, dançarinos de break invadiram e roubaram a cena da apresentação.


O príncipe japonês Akishino e Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, iniciaram o protocolo cerimonial, logo após, a bandeira do Japão entrou com atletas renomados do país, além dos representantes dos serviços essenciais, como enfermeiros, e foi hasteada para ouvir o hino nacional japonês.


Com as bandeiras hasteadas, a festa começou com a entrada dos porta-bandeiras das 162 delegações. Com pequenos espelhos, celebrando a diversidade e representatividade, os representantes dos países entraram e colocaram o objeto no modelo reproduzido da torre de Tóquio, a Sky Tree, um dos pontos turísticos.


O maior nadador paralímpico da história
, o brasileiro Daniel Dias, entrou com a bandeira do Brasil, representando o país e emocionando uma nação inteira em último ato em jogos como atleta profissional.

bernadetealves.com
Nadador brasileiro Daniel Dias tomou posse como integrante do Conselho Internacional de Atletas Paralímpicos


Depois das entradas dos porta-bandeiras, a festa continuou com a representação da construção de uma cidade, em alusão a Tóquio, feita de material reciclável. Os dançarinos e mascotes hastearam a torre Sky Tree, enquanto a cidade ia se formando, com os espelhos que os porta-bandeiras receberam e colocaram.


A cerimônia seguiu com a apresentação dos novos integrantes do Conselho Internacional de Atletas Paralímpicos (IPC), o brasileiro Daniel Dias fará parte da instituição ao lado da italiana Martina Caironi (atletismo), da cubana Omara Durand (atletismo), do japonês Takayuki Suzuki (natação), da holandesa Jitske Visser (basquete sobre cadeira de rodas) e da iraniana Zahri Nemati (tiro com arco).


O brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, agradeceu aos atletas, aos japoneses e a todos os envolvidos nos Jogos pela realização do evento em meio à pandemia do coronavírus. Ele ressaltou o papel dos atletas paralímpicos na construção de um mundo mais inclusivo para as pessoas com deficiência, que representam 15% da população mundial.

bernadetealves.com
Tóquio encerra Paralimpíadas 2020 com um show de luzes, cores, música e mensagem de esperança

Também foram entregues as primeiras medalhas do prêmio “I’mPossible”, programa educacional desenvolvido para divulgar os valores paralímpicos e a visão do Movimento Paralímpico a jovens de todo o mundo.


O jogo de cores, luzes, projeções, com performances de diferentes músicos e dançarinos deram conta do recado no encerramento do show. As vestimentas originais, com muitas referências ao estilo de roupas dos japoneses, e cosplayers, contou com uma apresentação de percussão, terminando com fogos.


Na transição das sedes, Andrew Parsons entregou a bandeira do Comitê Paralímpico Internacional para a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, com a presença da governadora de Tóquio. A bandeira da França foi hasteada e contou com o hino nacional francês.


Após uma apresentação emocionante com 128 dançarinos, que terminou com o escrito “Paris 2024”, imagens diretas da cidade da França foram transmitidas, com uma grande celebração nas ruas, contando com performances acrobáticas e muito mais.


Perto do fim, a governadora de Tóquio fez um discurso de agradecimento, seguida de Andrew Parsons, que declarou o encerramento das Paralimpíadas de Tóquio.


A cerimônia terminou com um vídeo de melhores momentos das competições e uma belíssima apresentação de uma cantora japonesa, uma intérprete de sinais e um coral infantil.

bernadetealves.com
Paralimpíadas de Tóquio foi uma linda celebração à vida, a beleza da diversidade e a comprovação de que não há limites para ser atleta e voar


Ao som de “What a Wonderful World” (que mundo maravilhoso), a chama das Paralimpíadas foi apagada neste 05 de setembro de 2021. A canção eternizada na voz de Louis Armstrong refletiu o desejo de um mundo melhor e mais inclusivo para as pessoas com deficiência. Uma celebração da esperança.

Por fim, o estádio foi iluminado com muitos fogos de artifício, encerrando mais um ciclo paralímpico. A pira se apagou e acenderá novamente apenas em Paris, daqui três anos.

O Brasil deixa o Japão celebrando a esperança e a força do poder de superação. A começar pelo nadador Daniel Dias, o maior ídolo da história brasileira em paralímpica que deixa a terra do sol nascente com 3 medalhas de bronze e se aposenta com 27 medalhas no peito.

bernadetealves.com
Daniel Dias, maior medalhista paralímpico, encerra sua participação em Tóquio com 3 medalhas de bronze

Além do nadador Daniel Dias o Brasil viu nascer novas estrelas nos Jogos Paralímpicos, a principal delas foi Maria Carolina Santiago, a Carol, maior medalhista do país na competição, com três ouros, uma prata e um bronze na natação. Ela ficou em sétimo lugar entre os multimedalhistas da Paralimpíada.

bernadetealves.com
Carol Santiago conquista 3 ouros, uma prata e um bronze e escreve seu nome nos Jogos Paralímpicos de Tóquio


Além dela Gabriel Geraldo conquistou dois ouros e uma prata, Gabriel Bandeira um ouro, duas pratas e um bronze, Wendell Belarmino um ouro, uma prata e um bronze e Talisson Glock um ouro e dois bronzes. No total a natação conseguiu 8 ouros, 5 pratas e 10 bronzes.


Além da natação, o atletismo também fez a diferença. Yeltsin Jacques colocou dois ouros no peito ao vencer os 1500 m e os 500 m T11. Alessandro Rodrigo um ouro e uma prata e Petrúcio Ferreira um ouro e um bronze. A modalidade conquistou 8 medalhas de ouro, 9 pratas e 11 bronze.


Os esportes coletivos mostram força, garra e superação e com isso o Brasil foi pentacampeão no futebol de 5, faturou seu primeiro ouro no goalball e o segundo bronze seguido no vôlei sentado.


O Brasil subiu no pódio em 14 esportes diferentes, com destaque para o estreante taekwondo, que conseguiu terminar a frente de todos os países no quadro de medalhas com um ouro, uma prata e um bronze. Os brasileiros também conquistaram medalhas: na bocha (2), na canoagem (3), no hipismo (1), no futebol de 5 (1), no goalball (1), no judô (3), no halterofilismo (1), no remo (1), no vôlei sentado (1), no tênis de mesa (3), e na esgrima (1).


Esta foi a melhor campanha do Brasil com vitórias, recordes e histórias dentro e fora dos locais de competição que ficarão para sempre na memória dos nossos medalhistas olímpicos.


Por tudo isso, a cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 foi especial apesar de não ter público, por conta das restrições sanitárias devido a pandemia.

bernadetealves.com
Tóquio 2020 celebra diversidade e encerra a competição com mensagem de esperança

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio se encerraram e, com eles, mais um ciclo de grandes exemplos de superação e humanismo se completa.

Fotos: Takuma Matsushita/CPB, Alex Pantling/Getty Images e REUTERS/Issei Kato