Outubro Rosa: mês de conscientização sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama

Este é o mês do “Outubro Rosa”, uma campanha de conscientização que objetiva alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
A campanha Outubro Rosa foi criada pela Lei nº 13.733, de 16 de novembro de 2018, e dispõe sobre a realização de atividades para conscientização sobre o câncer de mama durante o mês de outubro. Neste período, reforça-se a importância de compartilhar informações de acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, além de orientação sobre acesso e atendimento pela rede de saúde.

O câncer de mama é o segundo tipo de tumor mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer. Segundo o Inca, no Brasil, estimam-se mais de 66 mil casos novos para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres. No mundo, o câncer de mama é o mais incidente no sexo feminino: em 2018, ocorreram 2,1 milhões de casos novos, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados.

Brasília já está iluminada em tons rosa e o GDF preparou uma programação especial para a campanha. Ao longo do mês, as mulheres do Distrito Federal terão acesso a diversos serviços voltados para a conscientização da importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Iniciando a campanha Outubro Rosa, a Secretaria de Saúde, em parceria com as secretarias da Mulher e de Desenvolvimento Social, inaugurou, no dia 1º, o mamógrafo do Centro Especializado em Saúde da Mulher (Cesmu). Com a instalação do aparelho, a unidade passa a ter a capacidade de realizar 120 mamografias por semana, totalizando 480 exames mensais. Além disso, o Cesmu passa a contar com mais uma opção de atendimento, fortalecendo a linha de cuidados à saúde das mulheres do Distrito Federal.

O mamógrafo vai ser utilizado, inicialmente, no Projeto Reciclando Vidas, que atenderá 90 mulheres catadoras de materiais recicláveis, vinculadas à Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop). Após todos os atendimentos desta importante ação, o equipamento será disponibilizado para a Central de Regulação.

A primeira-dama do DF e secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, parabenizou a união das três secretarias em prol da saúde das mulheres do DF. “A saúde da mulher é uma causa social muito importante para a população e eu parabenizo toda a gestão e servidores por esta unidade, que tem sido tão essencial no atendimento ao público feminino do DF”.
A secretária da Mulher, Ericka Filippelli, falou da importância do mamógrafo pois quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de cura do câncer de mama. “A chegada do mamógrafo e da maca adaptada para mulheres com deficiência representam 480 mamografias por mês, além da realização de biópsias e pré-cirúrgico e muita acessibilidade. Agradeço ao governo Ibaneis Rocha pelo presente maravilhoso para as mulheres do DF e ainda por todo o comprometimento da primeira-dama e secretária de Assistência Social Mayara Noronha Rocha com as políticas tão importantes em prol da saúde das mulheres”.

Ericka Filippelli elogiou a parceria entre os órgãos do GDF “Temos assinada a portaria conjunta do Programa Cuide-se, que é voltado para a atenção integral à saúde da mulher, em que trabalharemos juntos. Somos um exército para trabalhar pelas mulheres do Distrito Federal”, disse a secretária da Mulher.
A divulgação do calendário das ações previstas para o Outubro Rosa aconteceu no Salão Branco do Palácio do Buriti, na segunda-feira, dia 04. Na ocasião foi aberta a exposição de fotos Simplesmente Amor, realizada pela ONG Recomeçar – Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, com o apoio da SMDF, com oito mulheres que receberam o diagnóstico de câncer de mama, venceram a doença e conseguiram reconstruir a autoconfiança e a autoestima.

A secretária da Mulher, Ericka Filippelli, pediu que as mulheres priorizem sua saúde e falou que mais que iluminar um prédio é preciso iluminar a alma e o coração. “Quando nos fortalecemos podemos fazer muito mais por nós mesmas e pelos outros”.
“Essa exposição é, principalmente, uma mensagem de que é possível recomeçar a vida. Mais que isso, esses depoimentos também são a prova de como a atenção com a própria saúde e o diagnóstico precoce fazem toda a diferença no tratamento contra o câncer”, declarou a presidente da Recomeçar, Joana Jeker.

Outubro Rosa: Se abrace! Se cuide! Se toque! O câncer tem cura quando descoberto precocemente. A prevenção é o melhor caminho no combate às doenças. Mais forte que a doença é quem se cuida!
Aconselhamento genético pode prevenir câncer de mama

O médico oncologista Lucas Sant’Anna, que integra o Onco Center Dona Helena, de Joinville, Santa Catarina, diz que realizar um aconselhamento oncogenético, para identificação de fatores genéticos de risco, diagnóstico e tratamento em fases iniciais pode impactar diretamente no melhor resultado ao paciente. “O objetivo principal é identificar portadores de defeitos genéticos que aumentariam as chances de a mulher desenvolver câncer de mama e, então, atuar de forma preventiva para reduzir o risco, por meio de exames de rastreamento, cirurgias preventivas e/ou terapias”.
Segundo o especialista, o câncer de mama acomete de 8% a 10% das mulheres em algum momento da vida. “As mais suscetíveis são aquelas com presença de certos defeitos genéticos (mutações em genes como os BRCA1 e BRCA2) e aquelas com muitos casos de câncer de mama na família”.
Outros fatores que promovem risco, segundo o médico, são obesidade, primeira menstruação em idade muito jovem, menopausa em idade muito avançada, ingestão excessiva de álcool e nunca ter engravidado. A média de idade em que o câncer é diagnosticado fica por volta dos 62 anos.
“O sintoma mais frequentemente observado é a presença de um nódulo na mama ou na axila. Menos frequentes, mas também presentes, são alterações na anatomia da mama como presença de assimetria, retrações, vermelhidão ou inchaço”, destaca o médico. A terapia em câncer de mama depende de alguns fatores como estadiamento, subtipo do tumor e condições clínicas da paciente. Quase todas as pacientes deverão ser submetidas à mastectomia [procedimento cirúrgico para a remoção de uma ou ambas as mamas], e algumas necessitarão de outras terapias adjuvantes, como radioterapia, quimioterapia ou terapia hormonal”, explica.

Segundo o médico, a adoção de hábitos de vida mais saudáveis pode diminuir a possibilidade de desenvolver câncer de mama. Entre eles, cita a diminuição da ingestão de álcool, a realização de atividade física regular e o emagrecimento para as pacientes acima do peso.
Como em quase todas as doenças oncológicas, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura. E, para isso, é necessário realizar a mamografia. A idade indicada para início do rastreio varia, mas fica entre 40 e 50 anos para pacientes com risco habitual. “Para aquelas com fatores de risco mais importantes, como mutação do gene BRCA ou idade mais precoce, há indicação de exames mais acurados, como ressonância magnética”, aponta o oncologista.
Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília