Fenômeno La Niña provoca mais chuvas e dias fios até o final de novembro no Brasil

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Brasília em dia de chuva e frio provocadas pelo fenômeno La Niña durante a primavera


A primavera tão chuvosa e até mesmo fria em algumas regiões tem explicação: o Brasil está sob a influência de La Niña desde outubro. O fenômeno moderado este ano terá impacto no clima do País pelo menos até o fim do verão,segundo a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), mas há 50% de chance de que se estenda até o outono.


O excesso de chuva em novembro e as temperaturas mais baixas nos últimos dias em Brasília, supera média histórica no Distrito Federal. Segundo o Inmet nos 20 dias do mês choveu 249 milímetros, 10% a mais do que previsto. Precipitação e trovoadas marcaram o final de semana na capital.


Segundo a meteorologista Andrea Ramos, do Inmet, o motivo do novembro ter sido mais chuvoso que nos anos anteriores se deve ao fenômeno natural chamado La Ninã. A tendência é que as chuvas continuem pelo menos até esta segunda-feira, dia 22 de novembro. No Brasil as chuvas devem se estender até o fim do mês, com possibilidade de geada no Sul.

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Ponte JK, em Brasília em dia de chuva e frio provocadas pelo fenômeno La Niña


Enquanto o El Niño é caracterizado pela elevação das temperaturas da superfície das águas do Oceano Pacífico nas zonas equatoriais, o La Niña é o oposto, influencia nas chuvas.


“O fenômeno ocorre quando há o resfriamento das águas em parte do Oceano Pacífico. A temperatura negativa influencia na circulação atmosférica, e isso proporciona chuvas em alguns pontos do país [como no Norte e Centro-Oeste] e mantém a estiagem em outros”
, diz a meteorologista do Inmet.


Já a chamada Zona de Convergência do Atlântico Sul, em atuação no Brasil, forma uma área de instabilidade na parte central do país. “Ela vem do oeste do Amazonas, passando pelo Rio de Janeiro, Goiás e, inclusive, pelo DF, proporcionando chuvas contínuas, de quatro a cinco dias, e é característica da primavera”, explica Andrea Ramos.


Segundo especialistas, as chuvas desta primavera não são suficientes para reverter o déficit nos principais reservatórios de água do País. Serão necessários vários verões chuvosos para resolver o problema, que já consideraria o impacto das mudanças climáticas.


Segundo especialistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, as chuvas desta primavera não são suficientes para reverter o déficit nos principais reservatórios de água do País. Serão necessários vários verões chuvosos para resolver o problema, que já consideraria o impacto das mudanças climáticas.

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Eixo Monumental após forte chuva registrada em Brasília

O pesquisador Giovanni Dolif, do Cemaden,diz que a marca típica da La Niña no Brasil é a redução das chuvas no Sul e o aumento das precipitações no Norte e no Nordeste. “Neste ano, essa região foi mais afetada por chuvas do que por estiagens, como aconteceu no ano passado, quando também registramos La Niña, só que com mais intensidade. Por causa disso, o País experimentou uma estiagem intensa que afetou lavouras, secou rios e teve um impacto severo na geração de energia hidrelétrica”.


O meteorologista Celso Oliveira, do Climatempo, diz que ainda veremos dias frios no Sul até o fim de novembro, inclusive com possibilidade de geadas nas regiões mais altas de Santa Catarina.


Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, as baixas temperaturas registradas nesta primavera estão relacionadas ao La Niña. O meteorologista Celso Oliveira, do Climatempo, diz que ainda veremos dias frios no Sul até o fim de novembro, inclusive com possibilidade de geadas nas regiões mais altas de Santa Catarina.


No Distrito Federal o dia amanheceu com Sol e com muitas nuvens pela manhã. A previsão do Inmet é com pancadas de chuva a qualquer hora do dia e da noite com ventos e trovoadas isoladas.


Fotos: José Cruz/Agência Brasil e Reprodução