Brasil elege número recorde de mulheres para a Câmara dos Deputados

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Congresso Nacional. Esplanada dos Deputados, Brasília

O número de mulheres eleitas para ocupar cadeiras na Câmara dos Deputados cresceu 18% nas eleições do dia 2 de outubro de 2022, em que foi definida a composição dos 513 deputados federais para os próximos quatro anos. Apesar do aumento de 77 para 91 parlamentares mulheres, o maior número da História, elas ainda representam 17,7% do parlamento federal, segundo levantamento feito pelo +Representatividade, em parceria com o Instituto Update.


Entre os estados que tiveram os maiores índices de representatividade feminina na Casa legislativa, ante o total de cadeiras a serem preenchidas, estão o Acre e o Amapá, que elegeram 3 mulheres entre 8 vagas cada, Goiás, em que 6 dos 17 parlamentares eleitos são mulheres, Santa Catarina, em que mulheres serão 5 entre os 16 eleitos e o Pará, em que representarão 5 das 17 cadeiras disponíveis.


A cada grupo de seis parlamentares, em média, uma será mulher. Mesmo assim a representação segue bem abaixo da proporção verificada na população uma vez que o Brasil tem 52,8% de mulheres.


O PT foi a sigla com maior número de eleitas: 18 deputadas federais. Em seguida, o PL obteve 17 cadeiras. Partidos de esquerda conseguiram eleger 34 deputadas, enquanto a coligação PL, PP e Republicanos obtiveram 26 cadeiras na bancada feminina. As demais vagas foram preenchidas por partidos mais alinhados ao centro. Juntos, os partidos concentram quase 40% das mulheres eleitas.


A representatividade das mulheres gaúchas é uma das vencedoras das eleições de 2022. Tanto na Câmara dos Deputados, em Brasília, como na Assembleia Legislativa, no Rio Grande do Sul, houve um aumento no número de representantes.


O Congresso Nacional terá o dobro de mulheres gaúchas representando o estado na Câmara dos Deputados. As reeleitas Fernanda Melchionna (PSOL), Maria do Rosário (PT), e as novas Any Ortiz (Cidadania), Daiana Santos (PC do B), Denise Pessôa (PT) e Franciane Bayer (Republicanos).


Na contramão do avanço dos Estados na Câmara dos Deputados, o número de cadeiras ocupadas por mulheres do Distrito Federal, reduziu. Em 2018 foram eleitas 5 e agora duas: Bia Kicis e Érica Kokay, parlamentares reeleitas.

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Brasil elege número recorde de mulheres para a Câmara dos Deputados

Mulheres mais bem votadas no Brasil

Carla Zambelli (PL-SP) foi eleita com 946.244 votos
Alessandra Haber (MDB-Pará) – 258.907 votos
Silvye Alves (União Brasil-Goiás) – 254.653 votos
Carol de Toni (PL-SC) – 227.632 votos
Bia Kicis (PL-DF) – 214.733 votos
Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) – 213.706 votos
Duda Salabert (PDT-MG), eleita com 208.332 votos
Fernanda Melchionna (PSOL-RS) 199.894 votos
Detinha (PL-MA) – 161.206 votos
Natália Bonavides (PT-RN) – 157.549 votos
Yandra de André (União Brasil-Sergipe) – 131.471 votos


A Câmara também registrou aumento na quantidade de deputadas representantes dos povos indígenas. Em 2018, apenas a indígena Joênia Wapichana (Rede-RR) tinha sido eleita. Ela não conseguiu a reeleição, mas a Câmara terá quatro indígenas com mandato: Sônia Guajajara (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Silvia Waiãpi (PL-AP), a primeira mulher indígena a entrar para o Exército Brasileiro, e Juliana Cardoso (PT-SP).


Pela primeira vez, a Câmara dos Deputados contará com duas mulheres trans entre os 513 deputados federais: Erika Hilton (PSOL-SP), eleita com 256.903 votos; e Duda Salabert (PDT-MG), eleita com 208.332 votos.


Ainda que o aumento de representantes na bancada feminina seja importante, especialistas apontam que há uma ampliação muito lenta do número de mulheres no legislativo. Neste pleito, as mulheres representaram 52,6% do eleitorado apto a votar. Apesar disso, apenas 34% das candidaturas foram femininas.


Fotos: Reprodução