Orquestra Sinfônica de São Paulo leva Villa-Lobos e Amazônia ao palco do Carnegie Hall, em NY

A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo chegou, com categoria, ao Carnegie Hall, na sala mais célebre da América do Norte, sob a regência da renomada Marin Alsop.
A orquestra da América Latina integrou a temporada de concertos por assinatura do Carnegie Hall, da qual também fizeram parte duas das melhores do mundo, as Filarmônicas de Berlim e Viena.

A Osesp apresentou “The Amazon Concert”, que introduziu o público de Nova York à natureza exaltada por compositores como Villa-Lobos e Antônio Carlos Jobim. Uma instalação visual representando biomas brasileiros, criada pelo curador Marcello Dantas, foi projetada em toda a parede do palco do Carnegie Hall.
Os sons e as imagens da Amazônia mostraram toda a riqueza e diversidade da maior floresta tropical do mundo. Os músicos brasileiros fizeram uma estreia histórica na mais famosa sala de concertos de Nova York.

A sequência musical da noite –75 minutos sem interrupção – foi sincronizada com o programa que incluiu ainda Clarice Assad, Edino Krieger, José Antônio de Almeida Prado, Marco Antônio Guimarães e o nova-iorquino Philip Glass.

O conceito do “Concerto da Amazônia” foi ideia da regente de honra da Osesp, Marin Alsop, que foi também titular da orquestra entre 2012 e 2019. É ela a principal responsável pela inclusão da orquestra na temporada deste ano, já que o Carnegie Hall ofereceu a Marin a escolha de uma orquestra estrangeira para reger.

O diretor-artístico da Osesp, Arthur Nestrovsky, foi ovacionado de pé. Ele mal disfarçava a alegria, depois de uma década de corte ao Carnegie Hall, em cooperações como a gravação de “Ode à Alegria”, da “Nona Sinfonia” de Beethoven em 2020, cujo texto ele traduziu para o português para o coral da Osesp.

Nestrovski diz que o sucesso internacional de Marin Alsop foi um passaporte para a turnê americana. “Música brasileira é nossa missão,” declarou. “Foi o Villa-Lobos que inventou a natureza do Brasil na música. Ele e seu grande sucessor, Tom Jobim, foram pioneiros da causa do ambiente. Neste momento no mundo e no Brasil, era importante a gente assumir essa causa.”

A obra de Heitor Villa-Lobos foi o fio condutor dos programas, numa turnê com dois concertos anteriores, no Helzberg Hall, da cidade de Kansas City, no Missouri, e no The Music Center de Strathmore, em North Bethesda, Maryland.


Fotos: Chris Lee/Osesp