São Sebastião: protetor da humanidade é celebrado em 20 de janeiro

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Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, com a imagem peregrina de São Sebastião, durante trezena

Comemora-se neste 20 de Janeiro, o Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro. O santo é conhecido como protetor da humanidade contra a fome, a peste, das pessoas feridas e com doenças contagiosas. Seu nome deriva do grego Sebastós, que significa divino.

Diversos estados brasileiros celebram o santo, como Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraíba. A comemoração do Dia de São Sebastião é marcada principalmente por missas e procissões.

No Rio as comemorações pelo Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade e da Arquidiocese do Rio de Janeiro, iniciou com fogos de artifício. As 10h teve missa solene na Basílica Santuário de São Sebastião, localizada na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Além da missa tem corrida e até desfile de blocos de carnaval.

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São Sebastião: protetor da humanidade e padroeiro do Rio de Janeiro

Logo mais, às 16h, sairá da Basílica Santuário a Procissão Arquidiocesana, que seguirá até a Catedral Metropolitana, na Avenida Chile, região central do município, onde o cardeal dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio, rezará missa solene.

A festa de São Sebastião começou a 13 dias atrás. A réplica da imagem do santo trazida por Estácio de Sá percorreu toda a cidade e, durante a trezena, foi levada as paróquias, capelas, oratórios, hospitais, Forças Armadas e auxiliares, prédios de órgãos governamentais, rádios e emissoras de televisão, entre outras instituições. O objetivo é levar a bênção do padroeiro a todas as pessoas, pedindo pelo novo ano que se inicia. A trezena de São Sebastião terminou no dia 19.

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Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, na celebração de São Sebastião, padroeiro da cidade

Dom Orani Tempesta lembrou que quando Estácio de Sá trouxe para o Rio a imagem de São Sebastião, dando seu nome à cidade, “ele trouxe um belo exemplo de um grande homem que viveu em tempos difíceis e foi perseverante. Ele viveu no final do século terceiro para o século quarto e foi um homem no meio de perseguições cristãs, o que nos mostra a firmeza, a coragem de não voltar atrás na sua convicção de viver fazendo o bem, mesmo quando tudo ao redor fazia o contrário”.

O arcebispo do Rio disse que a tenacidade e a coragem de São Sebastião, formaram a alma do carioca, de não desanimar com os problemas, mas buscar encontrar soluções e continuar fazendo a sua missão. Os cariocas herdaram muito essa coragem, essa tenacidade, de São Sebastião que, mesmo depois das flechadas, continuou atuando e agindo”. Por isso, dom Orani Tempesta afirmou que, neste momento em que todos estamos retomando os trabalhos presenciais a partir do controle da pandemia, “nós somos chamados a nos levantar como São Sebastião se levantou, e continuar nossa missão com coragem renovada.

São Sebastião

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Altar de São Sebastião do Rio Bonito

São Sebastião nasceu na França no século III, mas logo pequeno, sua família mudou-se para Milão. Lá, ele cresceu e foi educado dentro dos valores do cristianismo. Quando jovem, Sebastião alistou-se como soldado de Roma por volta de 283 e acabou se tornando um dos guardas prediletos do Imperador Dioclesiano. O imperador era conhecido, entre outras, por perseguir os cristãos. Assim, Sebastião utilizava-se de seu relativo ‘poder militar’ para agir secretamente junto aos prisioneiros cristãos, levando a eles palavras de conforto antes de suas lutas como gladiadores. Dessa forma, o soldado ganhou fama de benfeitor.

Sua fama, porém, não demorou a ser descoberta pelo Imperador. Dioclesiano, que costumava expulsar os cristãos de seu exército, foi mais tolerante com seu soldado favorito. Tentou fazer com que Sebastião renunciasse sua fé. Diante da negativa de seu soldado, o Imperador mandou executá-lo. Sebastião foi então amarrado a um tronco e alvejado de flechas – tal como ilustrado nas imagens que o representam. A surpresa veio à noite. Quando um grupo de mulheres foi recuperar o corpo do soldado para enterrá-lo, viram que Sebastião estava vivo. Elas o levaram e cuidaram de suas feridas.

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São Sebastião: protetor da humanidade e vocacionado à missão

Reestabelecido, Sebastião continuou a pregar o cristianismo, porém não mais em segredo. Voltou a tentar convencer Dioclesiano de poupar os cristãos. O Imperador mandou executá-lo e Sebastião, após sua morte, foi jogado nos esgotos de Roma. Seu corpo foi encontrado por uma mulher, mais tarde chamada Santa Luciana, que finalmente o sepultou.

Aproximadamente 400 anos depois o Imperador Constantino, conhecido por ter se convertido ao cristianismo, ordenou a construção de uma basílica para abrigar os restos mortais de Sebastião.

No Brasil

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São Sebastião: protetor da humanidade e padroeiro do Rio de Janeiro é celebrado em 20 de janeiro

A adoração de São Sebastião chegou ao Brasil com a colonização portuguesa. São Sebastião é o padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade, desde a sua fundação por Estácio de Sá. Conta-se que na batalha final que expulsou os franceses do Rio, São Sebastião foi visto com uma espada na mão, entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas. Era o dia 20 de janeiro. O santo passou a ser celebrado nessa data.

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São Sebastião: a força da fé diante o martírio

Fotos: Reprodução e Angela Zolhof