Tireoide: importante glândula que é a “maestrina” das células e equilíbrio do corpo

Celebra-se neste 25 de maio, o Dia Internacional da Tireoide, a importante glândula que é a “maestrina” das células. A função básica dela é garantir que o sistema hormonal siga em equilíbrio no corpo humano, sobretudo porque há três componentes essenciais em sua concepção, influenciando o metabolismo, a síntese de proteínas e o crescimento de seres em desenvolvimento, como crianças e adolescentes.
A data é um alerta para a importância em atentar-se aos sinais do corpo. Tem como objetivo promover a conscientização, chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce, o entendimento dos problemas da tireoide e dos desafios enfrentados pelos indivíduos, em nível internacional.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a tireoide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão, popularmente, gogó. Até a adolescência atua diretamente no nosso crescimento. Depois, age na regulação dos ciclos menstruais e na fertilidade, e é responsável por manter em equilíbrio o nosso peso, a memória, a concentração, o humor e as emoções.

Os hormônios produzidos pela tireoide – T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) – agem na função de órgãos vitais como coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional, garantindo o equilíbrio do organismo.
Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo).
No hipertiroidismo o corpo começa a funcionar rápido demais: o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito, dorme pouco, sentindo-se com muita energia, mas também muito cansada.

Se a produção de hormônio é insuficiente, provoca o hipotireoidismo. O organismo começa a funcionar mais lentamente: o coração bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido. Ocorrem, também, diminuição da capacidade de memória, cansaço excessivo, dores musculares e articulares, sonolência, pele seca, ganho de peso, aumento nos níveis de colesterol no sangue e, ainda, depressão.
Problemas na tireoide podem aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres. Daí a importância de fazer exames preventivos.

Segundo o Ministério da Saúde, mesmo com tanta importância, os exames para avaliar a tireoide ainda são negligenciados. No Brasil, infelizmente, o câncer de tireoide atinge 16 mil pessoas por ano.
Sintomas que indicam que a tireoide não está bem
- Desconfortos na região da garganta
- Alterações de humor
- Dificuldades para concentração
- Fadiga excessiva
- Pressão alta
- Aumento ou perda constante de peso
- Perda de cabelos
- Pele excessivamente seca
Prevenção
A partir dos 40 anos, segundo o Ministério da Saúde, é recomendada a dosagem anual do TSH junto à checagem de colesterol, triglicérides e glicemia. O exame facilita a identificação do hipotireoidismo e do hipertireoidismo subclínicos, quando a desregulação existe, mas ainda é inicial. Dessa forma, o tratamento já pode ser iniciado e apresenta melhores resultados
Diagnóstico

O exame dos níveis de TSH pode ajudar no diagnóstico tanto do hipotireoidismo quanto do hipertireoidismo. O hormônio estimulador da tireoide, TSH na sigla em inglês, é um hormônio fabricado pela hipófici, uma glândula que fica no meio do cérebro, que controla o funcionamento da tireoide e de várias outras glândulas. É o TSH que estimula a tireoide a produzir os hormônios T4 e T3, que, uma vez fabricados, inibem a produção de TSH.
Dessa forma, se a fabricação de hormônios pela tireoide for prejudicada, haverá um aumento de TSH para tentar corrigir essa deficiência. Esse é o primeiro estágio de hipotireoidismo subclínico.
Nos casos de hipertireoidismo, o comum é que as taxas de TSH estejam abaixo do normal, porque o excesso de hormônios de tireoide inibe o funcionamento da hipófise
Tratamento

Em caso de TSH elevado, há necessidade de realizar o exame do T4, um dos hormônios da tireoide. Se ele estiver normal, o diagnóstico é hipotireoidismo subclínico ou inicial. Se estiver abaixo do recomendado, é a versão clínica ou manifesta do distúrbio. Em qualquer um dos cenários, o tratamento é realizado com a reposição de hormônios tireoidianos; o que muda é a dose recomendada em cada caso.
O tratamento é considerado tranquilo, já que há poucos efeitos colaterais, uma vez que o hormônio administrado é um hormônio produzido pelo próprio organismo. A medicação deve ser tomada diariamente, e o paciente deve estar em jejum.
Já se o TSH estiver baixo e os hormônios da tireoide estiverem dentro dos limites, há um hipertireoidismo subclínico. O tratamento deve ser avaliado individualmente, como diz o dr. Drauzio Varella “O tratamento vai depender da causa do distúrbio e deve ser efetuado principalmente na terceira idade, por causa do risco de arritmias cardíacas e/ou osteoporose. Níveis elevados dos hormônios da tireoide fazem parte do quadro de hipertireoidismo clínico, que, obrigatoriamente, deve ser tratado”.
Não hesite em buscar ajuda médica quando perceber algo anormal com sua tireoide.
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