Tempo seco, pólen, ácaros e pelos de animais: como identificar e controlar a reação alérgica


Tempo seco é propício para coceiras no nariz, espirros, alergias e rinites. Segundo especialistas o quadro é uma resposta imunológica exagerada a substâncias alérgenas, como pólen, ácaros, pelos de animais, mofo, perfumes e até a poluição, que pode irritar as vias aéreas e desencadear estes sintomas tão incômodos.
No outono e no inverno a variação no clima faz com que o tempo fique mais seco, com a baixa umidade do ar, o que favorece os alérgenos ou os aeroalérgenos, que são partículas como o ácaro de poeira, os pólens das plantas e outros alérgenos como pelos de animais que ficam com uma maior concentração no ambiente.

Com isso o nariz, que aquece e umidifica o ar que respiramos, pode ter seu funcionamento prejudicado em dias mais frios, especialmente em pessoas sensíveis. Especialistas em alergia explicam que o ar chegará frio e com baixa umidade no pulmão. Os brônquios podem responder a esse estímulo fazendo broncoconstrição e desencadeando sintomas e crises alérgicas.
Segundo Bárbara Gonçalves da Silva, alergista do Fleury Medicina e Saúde, os sintomas são:
- coceira no nariz, olhos, ouvidos, céu da boca e garganta
- espirros repetidos e em salva (muitos e em sequência)
- coriza líquida e em geral abundante
- mucosa nasal congestionada
- olhos avermelhados, irritados, lacrimejando e coçando
- narinas obstruídas
- alteração do olfato e do paladar.
O diagnóstico das crises alérgicas é clínico (história e exame físico), seguido de exames complementares: teste cutâneo (ou prick-teste) para inalantes e mensuração da imunoglobulina IgE [classe de anticorpos] específica no sangue.
“A rinite alérgica é uma doença comum (afeta em torno de 20% a 40% da população mundial) e que pode ocorrer em qualquer idade: crianças, adolescentes, adultos e idosos. Como outras alergias, tem componente hereditário: um bebê que tenha pais alérgicos terá uma chance 50% a 70% maior de desenvolver a rinite alérgica”, diz a alergista Bárbara Gonçalves da Silva.

Segundo o médico veterinário Paulo Henrique de Carvalho a alergia ao pelo de gato é uma das alergias mais comum em seres humanos e afeta 1 em cada 5 adultos em todo o mundo. Diferentemente do que muitos pensam, a alergia a gato não está relacionada ao pelo do felino em si. “As crises alérgicas estão relacionadas a uma proteína presente na saliva do animal, chamada FEL D 1. Quando o gato se lambe essa proteína é transferida para a pele e o pelo, e ao se coçar, este cai no ambiente, e consequentemente acaba causando os sintomas alérgicos nos humanos sensíveis”.
Este é um problema real que merece atenção no seu tratamento e prevenção. “Os principais sinais e sintomas são espirros, inchaço das pálpebras dos olhos, garganta ressecada, problemas respiratórios e até mesmo asma em algumas pessoas”, alerta o veterinário.

Ácaros existem aos milhares, tanto em número de indivíduos, como em espécies. Sua maioria é invisível a olho nu e está presente em diversos ambientes, como travesseiros, sofás, cortinas e até mesmo na pele humana.
São parasitas que se alimentam de células mortas, não só de pessoas como também de animais de estimação, e que cujas fezes e até o próprio esqueleto ao entrarem em contato com as narinas ou com a pele têm o poder de provocar processos alérgicos e infecciosos, que podem piorar se houver a presença de vírus e bactérias.
Eles se acumulam em locais quentes e úmidos, como carpetes, tapetes, roupa de cama, sofá e bichinhos de pelúcia. Os ácaros mais comuns são os de poeira doméstica. Além de causar a alergia à poeira, eles também são causadores de dermatite atópica, rinite alérgica e asma, por exemplo.
Geralmente, o alérgico percebe esses incômodos principalmente após a realização de uma faxina ou ao entrar em locais que ficaram muito tempo fechados. O contato com esse pó cheio de fezes dos ácaros pode desencadear uma crise alérgica, seja de rinite, dermatite ou asma. Estações como outono e tempo seco, podem ser piores para os alérgicos.

Para evitar todos os desconfortos causados pelas substâncias alérgenas, o primeiro passo é manter a casa arejada e limpa. Quem tiver pets em casa deve se higienizar sempre que tiver contato com os pelos de cães e gatos.
É preciso muita higiene para manter a poeira – e os ácaros – longe da sua vida. A limpeza de casa e, principalmente, do quarto, é um dos principais cuidados que devem ser tomados por quem tem alergia a ácaros. A dica é trocar frequentemente a roupa de cama e evite o uso de carpetes e bichos de pelúcia.

Uma das formas mais simples de tratar processos alérgicos é evitar o contato com a substância que desencadeia os sintomas.
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