Mascotes das Olimpíadas: personagens-símbolos que inspiram atletas

Depois de aparecerem pela primeira vez em Munique 1972, personagens ganharam fama e se tornaram tradição nos eventos; Miraitowa e Someity são os mascotes no Japão, nesta Olimpíada.
A cidade de Tóquio se prepara para o início da Olimpíada e cada vez mais decorações são vistas nas ruas como os mascotes Miraitowa (à esquerda), criado para a Olimpíada de Tóquio, e Someity (à direita), para a Paralimpíada, formadas com plantas e flores. Os japoneses estão animados em receber o maior evento do esporte mundial, que começa na sexta-feira, dia 23.

Os mascotes apareceram pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. O primeiro mascote oficial da história dos Jogos Olímpicos foi Waldi, figura de um cachorro da raça dachshund (também chamada de teckel ou salsicha), bastante popular na região da Bavaria e famoso pela resistência, pela tenacidade e pela agilidade.

A partir daí tornaram-se tradição como Amik: Montreal 1976, Misha: Moscou 1980, Sam: Los Angeles 1984, Hodori: Seul 1988, Cobi: Barcelona 1992, Izzy: Atlanta 1996 e Syd, Olly e Millie representam a água, o ar e a terra, respectivamente, em Sydney 2000.

Para a edição da Olimpíada e Paralimpíada de 2020, que se realiza em 2021 por causa da pandemia, Tóquio escolheu Miraitowa e Someity como personagens-símbolos.
Tóquio 2020: Miraitowa e Someity

O mascote dos Jogos Olímpicos de Tóquio foi chamado de Miraitowa, que na escrita japonesa é a junção das palavras 未来 (futuro) e 永遠 (eternidade). O mascote Miraitowa foi inspirado em um provérbio japonês, que pode ser traduzido como “aprender com o passado e desenvolver o futuro.”

Já o mascote paralímpico foi batizado de Someity, que na língua portuguesa significa “tão poderoso”.O nome e a aparência da personagem foram inspirados na flor da cerejeira “someiyoshino”, muito presente no Japão. Ela é calma e tranquila, mas possui força atlética e mental, que “personificam a tenacidade do atleta paraolímpico”, de acordo com a Tóquio 2020.

Inspirados em robôs, os dois vivem no mundo digital e têm diversos superpoderes. Miraitowa foi escolhido com a intenção de propagar uma mensagem de esperança que ecoe eternamente no coração das pessoas, dando esperança de um futuro melhor. Someity teria sensores táteis das flores de cerejeira, com grandes capacidades físicas e mentais, uma amostra dos obstáculos superados pelos atletas paralímpicos.
Rio 2016: Vinicius e Tom

O mascote dos Jogos Olímpicos Rio 2016 é inspirado na fauna brasileira, com influências variadas de cultura pop, elementos da animação e de personagens de video-game. Ele tem o papel de disseminar as mensagens do evento e os valores do movimento Olímpico para os diversos públicos, especialmente o infanto-juvenil.
A origem de Vinicius mistura ficção e realidade. Sua história conta que, no dia em que foi anunciado que o Rio seria a sede dos Jogos, em 2 de outubro de 2009, a alegria dos brasileiros foi sentida por toda a natureza e daí nasceu o mascote, que representa a diversidade dos animais brasileiros.
Londres 2012: Wenlock e Mandeville

Wenlock possui várias referências a Londres, à modernidade e ao esporte: a luz na cabeça é baseada naquela encontrada nos famosos táxis pretos da cidade, o formato da testa é idêntico ao da cobertura do Estádio Olímpico, o olho é a lente de uma câmera que filma tudo o que vê, as pontas na cabeça representam os três lugares do pódio e ele usa cinco pulseiras nas cores dos anéis olímpicos.
O nome Wenlock vem da cidade de Much Wenlock, que ainda sedia os Jogos de Much Wenlock, uma das fontes de inspiração do Barão Pierre de Coubertin na criação dos Jogos Olímpicos da modernidade. Mandeville representa os Jogos Paralímpicos.
Pequim 2008: Beibei, Jingjing, Yingying, Nini e Huanhuan

Cada mascote representa um elemento, uma cor dos anéis olímpicos, um desejo e, com exceção de Huanhuan, um animal característico da China. Beibei (azul) é um peixe, simboliza a água e seu desejo é a prosperidade; Jingjing (preto) é um panda, simboliza a floresta e seu desejo é a felicidade; Yingying (amarelo) é um antílope-tibetano, simboliza a terra e seu desejo é a saúde; Nini (verde) é uma andorinha, simboliza o céu e seu desejo é a sorte; Huanhuan (vermelho) simboliza o fogo e o espírito olímpico e transmite a paixão pelo esporte.
Agrupando os nomes dos mascotes, é formada a frase “Bem-vindo a Pequim”. E o quinteto é chamado de Fuwa (“bonecos de boa sorte”).
Atenas 2004: Phevos e Athena

Além de representar o prazer de jogar e os valores do olimpismo, Phevos e Athena foram idealizados como irmãos para simbolizar a união, a igualdade e a fraternidade entre homens e mulheres. Phevos usa uma túnica azul que lembra o mar e as cores do emblema das Olimpíadas, e Athena veste laranja como evocação do sol e do emblema das Paralimpíadas.
Os nomes dos mascotes vêm de dois deuses da mitologia grega. Phevos, outra referência a Apolo, é o deus da luz e da música, e Atena é a deusa da sabedoria e protetora da cidade de Atenas. A fisionomia dos mascotes se deve à inspiração na daidala, uma boneca de terracota do século VII A.C. na forma de um sino.
Sydney 2000: Syd, Olly e Millie

Os três mascotes de Sydney 2000 são exemplos típicos da fauna australiana: um ornitorrinco (Syd), uma ave kookaburra (Olly) e uma equidna (Millie), que se assemelha a um ouriço. São também referências a Sydney, Olímpico e “novo milênio”, respectivamente, e representam a água, o ar e a terra.
A escolha dos mascotes foi baseada numa enquete feita na Austrália e em outros países, e o objetivo do projeto era evitar que fossem escolhidos cangurus ou coalas, dois animais bastante característicos da região.
Fotos: Matt Roberts/Getty Images, Divulgação e Michael Kappeler/picture alliance via Getty Images