Tapirira: abrigo dos pássaros que arboriza e recupera áreas degradadas

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Frutos da Tapirira apreciados pela Rolinha-Picuí.

A Tapirira guianiensis, também chamada árvore dos pombos ou copiúba é uma das espécies mais importantes das florestas ribeirinhas do Cerrado. De porte médio, podendo atingir até 20 metros, a espécie está presente do nordeste da Argentina ao litoral norte do Rio Grande do Sul, passando pela maioria dos países sul-americanos e irradiando-se por todas as unidades federativas do Brasil.


A Tapirira que vem sendo empregada na arborização de zonas urbanas, como aqui em Brasília e também na recuperação de florestas desmatadas, sendo essa uma das mais indicadas e adequadas para a finalidade. A árvore é bastante encontrada em solos úmidos como várzeas e beiras de rios.


Possui tronco curto, com 40 a 60 centímetros de diâmetro. É abrigo para pequenos mamíferos e aves da região. Os primatas gostam de perfurar os troncos para se alimentarem das bolotas de goma que se formam após a exsudação da seiva. Na época de seca a árvore costuma perder as folhas, mas solta nova brotação logo em seguida.


A Tapirira guianensis
é uma espécie predominantemente melitófila, ofertando pólen e néctar em abundância e em boa concentração de açúcares às abelhas, contudo, uma diversidade de insetos generalistas (principalmente dípteros e vespas) também foram observados em suas flores. Apresenta floração anual, com sincronismo populacional e duração aproximada de sete meses.

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A delicadeza das flores da Tapirira, também conhecida como árvore dos pombos

Apresenta flores masculinas e femininas em indivíduos separados (dióica). As flores são pequenas, com cheiro ácido-adocicado (glândulas presentes nas pétalas), de cor amarelo-esverdeado, possuem dez estames, ambos tipos florais apresentam rudimento do sexo oposto, ambas abrem por volta das 4:00h.

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Os frutos da Tapirira, de coloração preta e doces, são apreciado pelos pombos silvestres


As flores são atrativas de abelhas
, que são as responsáveis pela polinização da espécie e também por outras espécies de insetos. Tem dois períodos de floração: de fevereiro a abril e em agosto e setembro com isso os frutos ficam maduros em maio e junho e em dezembro e fevereiro.

O fruto é pequeno e doce, de coloração preta quando maduro, extremamente apreciado pelos pombos silvestres Rolinha-Picuí), motivo pelo qual tem seu nome popular de “árvore do pombo” ou “pombeiro”.

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As folhas são compostas, alternas e imparipinadas, medem de 15 a 20 cm de comprimento, com 5 a 11 folíolos obovados ou elípticos coriáceos, com ápice acuminado e base obtusa.

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Frutos verdes da Tapirira, também conhecida como copiúba

Segundo a Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras, vol. 2. da Embrapa, e do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Registro Nacional de Cultivares RNC), as folhas da árvore do pombo, são venenosas mas empregadas na medicina popular como vesicante causa bolhas e necroses na pele. A casca e as folhas são usadas em decocção, para dermatoses doenças da pele causadas por produtos químicos e em infusão, para sífilis. Tem efeito depurativo. Recomenda-se precaução para o uso da planta para fins medicinais, devido as suas propriedades tóxicas.

Este abrigo dos pássaros que arboriza e recupera áreas degradadas se propaga por sementes e deve ser cultivada em sol pleno e em solo enriquecido com matéria orgânica e de preferência locais onde o solo se mantenha sempre úmido. Caso o solo não retenha umidade, é indicado que seja feita uma camada com folhas e galhos secos em volta da planta, assim o solo se mantem úmido por mais tempo.

Na região amazônica é utilizada na produção de carvão e lenha, servindo também como espécie aromática, madeireira, ornamental e melífera, atraindo muitas abelhas nativas. Em outras regiões a madeira é utilizada para confecção de cabos de vassoura, molduras, esculturas, brinquedos e caixotes.


A Tapirira guianensis é uma espécie predominantemente melitófila, ofertando pólen e néctar em abundância e em boa concentração de açúcares às abelhas, contudo, uma diversidade de insetos generalistas (principalmente dípteros e vespas) também foram observados em suas flores. Apresenta floração anual, com sincronismo populacional e duração aproximada de sete meses.


Fotos: Divulgação