Rosane Kaingang, ativista brasileira, é celebrada pelo Google

O Doodle deste 03 de junho celebra o espírito inabalável de Rosane Mattos Kaingang, uma ativista indígena brasileira que trabalhou incansavelmente para lutar pelos direitos indígenas.
Neste dia de 1992, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, sediada no Rio de Janeiro (ou Conferência Rio 92), ela iniciou sua vida de serviço ao movimento indígena.

Kaingang é lembrada por sua dedicação e amor à comunidade indígena – uma verdadeira guerreira que nunca se calou diante da injustiça e da adversidade.
Rosane entrou na Funai em 2001 e, entre 2005 e 2007, ocupou o cargo de coordenadora geral de Desenvolvimento Comunitário, tendo criado toda uma estrutura para apoiar projetos de mulheres indígenas, incentivando ainda a organização política dessas mulheres.


Pouco depois, participou do I Encontro Nacional das Mulheres Indígenas e foi uma das fundadoras do Conselho Nacional das Mulheres Indígenas (Conami).
Kaingang era descendente do povo Kaingang, etnia indígena originária principalmente dos estados do sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Seu nome indígena, Kokoj, significa “beija-flor”, e foi dado a ela durante uma cerimônia em homenagem à sua bisavó, que morreu aos 120 anos. Assim como seu nome, tudo o que ela mais tarde trabalhou estava fortemente enraizado em sua comunidade e herança.
Rosane pertencia à Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e à Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul) e foi uma das responsáveis por uma missão do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) que investigou as condições de vida e violações aos direitos das populações indígenas do Sul do Brasil. Ela desempenhou um papel fundamental para ajudar o Conselho de Direitos Humanos (CNDH) a investigar violações de direitos contra indígenas brasileiros.

Ela passou sua vida adulta lutando pelo reconhecimento de territórios legítimos, desenvolvimento comunitário sustentável e acesso a educação e serviços médicos de qualidade. Kaingang também foi fundamental para conscientizar as lutas das mulheres indígenas.
Como uma das fundadoras do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas do Brasil (CONAMI), ajudou a criar uma estrutura para que as mulheres indígenas se organizassem e protestassem como um corpo maior.
Kaingang também representou vários outros grupos de reforma social, com destaque para a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Articulação dos Povos Indígenas do Sul (ARPINSUL) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Ela participou de dezenas de reuniões, seminários, audiências e esforços de mobilização que defendiam um futuro mais justo para os indígenas brasileiros.

Rosane Mattos Kaingang, faleceu aos 54 anos, no dia 16 de outubro de 2017, em Brasília. Ela estava internada no Hospital Universitário (HUB) e lutava, há cerca de três anos, contra um câncer.
Enquanto viveu, a guerreira nunca se calou diante das injustiças e adversidades que os povos indígenas enfrentam.
Viva Rosane Kaingang, uma das principais líderes indígenas do Sul do País.
Fotos: Reprodução Google e Edison Bueno – Funai