Mulheres vão decidir, pelo voto, as eleições de 2022 na capital federal

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Há 90 anos a mulher conquistou o direito de votar e neste pleito de 2022 será a protagonista por ser a maioria das eleitoras


O voto feminino foi conquistado há 90 anos e as mulheres finalmente puderam representar seus conhecimentos e opiniões de alguma forma. Votar hoje parece simples, entretanto conseguir esse direito em 1932, foi uma luta árdua de quatro décadas inteiras por parte do movimento feminista, com muita resistência dos homens que estavam no poder.


Alegavam que as mulheres não eram capazes de votar: que era papel do homem ter os deveres cívicos, que era um risco à família, que os homens eram superiores, entre outros lamentáveis argumentos machistas. Mesmo assim, as mulheres venceram e até hoje vão as urnas.


Por ironia do destino o sexo masculino que tanto depreciou a opinião das mulheres, agora precisa deste apoio porque as mulheres são maioria como eleitoras. É glorioso o voto feminino, mas ainda há muita luta pela representatividade na política. As mulheres precisam ter mais espaço no Legislativo e no Executivo, para que a diversidade aconteça.


Candidatos as eleições de 2022 terão que ter habilidade e sabedoria para conquistar o voto feminino em Brasília. As mulheres representam 54% de todo o eleitorado da capital federal, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Mulheres vão decidir, pelo voto, as eleições de 2022 na capital federal


Levantamento do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF), indica que aumentou em 5,7% o público votante do Distrito Federal para as eleições de 2 de outubro. São ao todo 2.205.596 eleitores aptos a votar no DF e a maioria são mulheres. Cresceu, também, a população votante de idade entre 16 e 17 anos.


Águas Claras é a Região Administrativa com o maior colégio eleitoral, reunindo 60.658 eleitores. No entanto, Ceilândia, que reúne três Zonas Eleitorais atendendo também os votantes de Brazlândia, tem o maior eleitorado com 368.423 pessoas.


As causas defendidas pelas mulheres e suas bandeiras são diferentes das dos homens. O público feminino vai influenciar e muito o pleito de 2 de outubro. As mulheres são as protagonistas e não querem mais o papel de coadjuvantes.


Eleitores filiados a partidos

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Mulheres vão decidir, pelo voto em urnas eletrônicas seguras e confiáveis, as eleições de 2022 na capital federal


De acordo com os dados do TSE, das 32 siglas listadas na Corte Eleitoral, o MDB e o PT são as duas com mais pessoas do sexo feminino filiadas. São, respectivamente, 15.552 e 15.488.


O PSDB tem 10,9 mil, o PP 10,2 mil. No outro extremo, há o UP, com 19 mulheres filiadas; o PCO, com 47; e o Novo, com 78.


O Distrito Federal tem, atualmente, 214.704 eleitores filiados a algum partido político. Nesse grupo, mulheres entre 45 e 59 anos e solteiras são a maioria.


Na faixa etária que é maioria no panorama geral, o PT é a sigla que mais tem mulheres de 45 a 59 anos filiadas, sendo 5.664. O MDB é o segundo, com 5.283.


Entre a população feminina filiada, 40.450 têm de 45 a 59 anos e 56,6 mil estão solteiras.


A segunda faixa etária que mais tem eleitoras filiadas é a de 35 a 44 anos. Entre as mais jovens, de 20 anos ou menos, há 199.


Apesar de a faixa etária da maioria ser a partir de 45 anos, grande parte das filiadas tem como grau de instrução o ensino médio completo. Cerca de 19,8% completaram o ensino superior, e 1,32% dessas mulheres, ou 1.500, são analfabetas.


Jovens e idosos


Os jovens de 16 e 17 anos e os idosos com mais de 70 anos não são obrigados a votar por Lei, no entanto, nas eleições de 2022 esse grupo representa 8,5% do total do eleitorado do DF. São 187.420 pessoas com mais de 70 anos e 37.620 eleitores menores de 18 anos.


A participação dos jovens também aumentou. No comparativo com 2018, o DF apresentou um crescimento de mais de 158% dos eleitores com menos de 18 anos. Já para os maiores de 70 anos houve um aumento de mais de 32%.


Eleitor no exterior


No exterior, 679.188 brasileiros estão com o título regularizado, 397.877 do sexo feminino e 281.311 do sexo masculino. Os países com maior concentração de brasileiros votantes são Estados Unidos, Japão e Portugal, respectivamente.


Trajetória do voto feminino


Desde que a professora Celina Guimarães Viana conseguiu seu registro para votar, há 90 anos, a participação feminina no processo eleitoral brasileiro se consolidou. Celina é apontada como sendo a primeira eleitora do Brasil. Nascida no Rio Grande do Norte, ela requereu sua inclusão no rol de eleitores do município de Mossoró-RN, onde nasceu e viveu, em novembro de 1927.


Foi naquele ano que o Rio Grande do Norte colocou em vigor lei eleitoral que determinava, em seu artigo 17, que no Estado poderiam “votar e ser votados, sem distinção de sexos”, todos os cidadãos que reunissem as condições exigidas pela lei. Com essa norma, mulheres das cidades de Natal, Mossoró, Açari e Apodi alistaram-se como eleitoras em 1928.


Assim, o Rio Grande do Norte ingressou na História do Brasil como o Estado pioneiro no reconhecimento do voto feminino.


Somente em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, que pela primeira vez a mulher brasileira pôde votar e ser votada em âmbito nacional.


Em 2008 havia uma maioria feminina no universo de 130 milhões de eleitores. Desses, 51,7% eram mulheres. Essa maioria vem se consolidando ao longo dos anos. No pleito de 2010, elas somaram 51,82% dos 135 milhões de eleitores. Nas eleições de 2012, as mulheres representaram 51,9% dos 140 milhões de eleitores.


As mulheres são maioria como votantes, mas em relação a ser votada falta vontade política. Os partidos liberam apenas o que a lei determina. É necessário avançar para privilegiar a promoção e difusão da participação feminina na política, tanto no Poder Legislativo como Executivo.


Fotos: Reprodução