Nobel da Medicina premia cientistas por descoberta de técnica que permitiu vacina contra Covid

Os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2023 são os cientistas Katalin Karikó e Drew Weissman, responsáveis pela tecnologia e trabalho de pesquisa que serviu de base para as vacinas de mRNA, que abriram o caminho para o desenvolvimento das vacinas contra covid-19.
A bioquímica húngara Katalin Karikó e o médico americano Drew Weissman, foram responsáveis por pesquisas que auxiliaram no desenvolvimento das vacinas de RNA mensageiro, fundamentais no enfrentamento da Covid-19.

Segundo o comitê organizador, a premiação tem a ver com as “descobertas relacionadas às modificações nas bases nucleotídicas que permitiram o desenvolvimento das vacinas de mRNA contra a covid-19”. É o Nobel da Medicina celebra a ciência e a vida.
“O Prêmio Nobel deste ano reconhece a descoberta científica básica que mudou fundamentalmente nossa compreensão de como o mRNA interage com o sistema imunológico e teve um grande impacto na sociedade durante a recente pandemia”, disse Rickard Sandberg, membro da Assembleia do Nobel no Instituto Karolinska.

Além de uma medalha de ouro de 18 quilates e um diploma, os premiados vão dividir 11 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 5 milhões. O rei sueco entregará os prêmios em uma cerimônia em Estocolmo no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel, seguida de um luxuoso banquete.
Em entrevista logo após o anúncio do resultado, Katalin Karikó, de 68 anos, contou que nunca achou que ganharia o prêmio e que de tão emocionada não parava de rir. A bioquímica revelou que houve um momento em sua carreira na qual apenas sua mãe acreditava que ela seria reconhecida com tão importante distinção.

“Ela está ouvindo lá de cima, com certeza. Há 10 anos eu não conseguia nem ser reconhecida como professora, não tinha equipe, havia sido rebaixada de posto. Mas minha mãe dizia que meu nome seria legitimado – eu respondia que nunca ia acontecer”, conta a vencedora do Nobel de Medicina 2023.
Vencedores do Nobel de Medicina 2023


Katalin Karikó nasceu na Hungria em 1955 e se especializou em bioquímica. Foi vice-presidente sênior e chefe de substituição de proteínas de RNA na BioNTech até 2022 e, desde então, tem atuado como consultora da empresa. Ela também é professora da Universidade de Szeged, na Hungria, e professora adjunta da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Ela descobriu uma maneira de evitar que o sistema imunológico inicie uma reação inflamatória contra o mRNA feito em laboratório, o que antes era visto como um grande obstáculo contra qualquer uso terapêutico do mRNA.
A bioquímica Katalin Karió é apenas a 13ª mulher a ser agraciada com o Nobel de Medicina. A primeira foi a americana Gerty Cori em 1947, que desenvolveu pesquisas essenciais para a melhor compreensão da diabetes.
Drew Weissman também atua na Universidade da Pensilvânia. Natural dos EUA, ele estudou imunologia e microbiologia durante a formação. É professor de pesquisa de vacinas na Perelman.
Fotos: Araya Doheny / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP e Divulgação